Existe uma máxima na Indústria do Cinema: todo diretor, em maior ou menor escala, sofrerá nas mãos dos produtores, responsáveis pelos milhões de dólares que anualmente são aplicados nesta perfeita máquina de produção da sétima arte.
Inúmeros são os casos de diretores que abandonaram filmes pelas famosas “divergências criativas” com os estúdios, e Homem-Formiga foi mais um que engrossou a lista quando viu Edgar Wright (do espetacular Scott Pilgrim Contra o Mundo) abandonar o set e dar lugar a Peyton Reed, que até então dirigira obras de pouca expressão, como Separados pelo Casamento (2006).
E como se não bastasse essa turbulência inicial, o longa ainda passou por refilmagens a poucos meses da estréia oficial. Tudo caminhava para o primeiro fracasso do Estúdio Marvel e eis que os magos da “Casa das Ideias” encontraram um coelho dentro da cartola aos 48 minutos do segundo tempo e entregaram uma aventura divertida e competente.
Na história, acompanhamos o Dr. Hank Pym (Michael Douglas), um aposentado herói, em busca de alguém a altura para substituí-lo como o lendário Homem-Formiga. A escolha recai sob Scott Lang (Paul Rudd), um ex-criminoso cibernético em busca de redenção e condições de ser um bom pai. Aliás, o tema paternidade é a tônica do longa, trabalhada de maneira bem dosada e acertada. Como disse Pym, "Não é sobre como salvar o nosso mundo. É sobre salvar o deles (os filhos)”.
Rudd, que até então representara apenas papéis cômicos e românticos, surpreende como protagonista em um filme escrito para maximizar suas características engraçadas. Seu Scott Lang segue a linha clássica do sujeito comum, dotado de bons sentimentos, que cometeu erros na vida e que decide abraçar a segunda - talvez última - chance oferecida. Já Douglas usa de sua ampla experiência para dar vida ao cientista traumatizado e controladamente agressivo que tenta recuperar o amor de sua filha Hope, vivida pela encantadora Evangeline Lilly (Lost).
Mesmo já acostumados aos efeitos especiais cada vez mais realistas, o reino das formigas apresentado surpreende e enriquece a história com texturas e proporções vistas apenas em filmes da Pixar e Dreaworks. A computação gráfica é primorosa, mas, felizmente, a preocupação maior reside em construir um roteiro redondo, um vilão cartoonesco com propósitos claros, momentos "galhofa" bem executados por um núcleo caricato regado a uma trilha sonora disruptiva – ninguém acreditaria que Borombon, do panamenho Camilo Azuquita, funcionaria tão bem como a música de abertura de um filme de super-herói.
Homem-Formiga consegue equilibrar espetaculares cenas de ação - em miniatura - com bons alívios cômicos, seguindo a mesma fórmula de Guardiões da Galáxia, mas com uma diferença: momentos dramáticos, que apesar de breves, desenvolvem de forma bastante satisfatória as principais personagens, apresentando apenas o necessário de seus passados e motivações particulares.
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