Invariavelmente as sequencias de filmes são aguardadas com mistura de curiosidade e tensão, entusiasmo e medo. Quando o primeiro filme da franquia é regular ou muito bom, se espera uma continuação ainda melhor, que amplie a narrativa previamente criada de forma inteligente, sem ofender a inteligência e o bolso do espectador. Já quando o início é ruim, o segundo filme se torna, obviamente, desnecessário e sem sentido.
Uma vez que a Indústria do Cinema é naturalmente voltada a produzir entretenimento rentável e de preferência em massa, esses conceitos básicos e claros para qualquer pessoa que goste da “tela grande” são ignorados. Resultado: sofremos com filme como Matrix Reloaded (2003), X-Men: O Confronto Final (2006), 300 – A Ascensão do Império (2014) e por aí vai.
Vez ou outra surge uma grata surpresa e as cabeças pensantes de Hollywood resolvem corrigir os rumos tomados por longas metragens fracos. O exemplo mais recente deste despertar é O Espetacular Homem Aranha 2: A Ameaça de Electro, continuação de um filme sem graça e propósito, realizado meramente para cumprir tabela e garantir os direitos contratuais acerca da personagem (caso a Sony não mantenha um curto hiato entre um filme e outro, os direitos cinematográficos sobre o aracnídeo retornam para a Marvel, que desde a década de 1990 sonha em reaver a propriedade).
A continuação de O Espetacular Homem Aranha (2012) foca nos eventos subsequentes às mortes do Tio Ben, Capitão Stacy e prisão do Dr. Curt Connors (conhecido como Lagarto). Peter é cada vez menos Parker e dedica-se quase que integralmente ao papel de vigilante justiceiro, salvador de uma Nova Iorque caótica. Sua amada Gwen Stacy compreende a responsabilidade que recai sobre os ombros do namorado, mas deseja uma vida comum e tranquila, o que a faz buscar por novas oportunidades na Inglaterra. Para completar o quadro, Parker ainda precisa lidar com a promessa feita ao moribundo Stacy no longa anterior.
Esta história apresenta alguns problemas como a construção rasa dos vilões e a fraca motivação que leva Max Dillon a tornar-se Electro. Entretanto, desta vez presenciaremos os conflitos do herói de forma mais íntima e sensata. A promessa quebrada por Peter traz alucinações, a incessante busca pelo paradeiro dos pais culminará em uma revelação perigosa e a vida dupla resultará em mais dores e tristezas. Andrew Garfield cresceu muito como ator, algo que propicia, além de um Aranha muito hilário, belos e intensos momentos dramáticos compartilhados com a extraordinária Sally Field (Tia May).
O fardo de Parker é pesado e em prol de uma razão nobre são tomadas decisões que custarão muito caro ao protagonista. Sim, esta é apenas mais uma história fantasiosa, porém dotada de uma poderosa mensagem: até onde estaríamos dispostos a abrir mão de tudo o que amamos e nos sacrificar pelo bem de muitos?
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