Por Elígio Junior Em Dica de Cinema Atualizada em 26 SET 2017 - 15H41

Dica de Cinema: Os Miseráveis

Os Miseráveis (Les Miseràbles), longa metragem baseado no homônimo do escritor francês Victor Hugo, narra a jornada de Jean Valjean entre a Batalha de Waterloo (1815) e os motins de 1832, na França do século XIX. Em torno da personagem, surgem Fantine (Anne Hathaway), Cosette (Amanda Seyfried), Marius (Eddie Redmayne), os Thénardier (Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter) e o implacável perseguidor Javert (Russell Crowe), que juntos viverão a miséria deste século recém saído da primeira Revolução Industrial Europeia.

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A história, que tem sido adaptada ao cinema e TV desde 1912, desta vez foi contada em forma de musical, cantado da primeira a última frase, pelas mãos do competente diretor Tom Hooper (O discurso do Rei) e com ajuda de Claude-Michel Schönberg, músico, compositor e criador da primeira montagem francesa em 1980.

O filme causa, nos primeiro minutos de projeção, a falsa impressão de que será um gigantesco e sombrio épico, algo entre O Fantasma da Ópera Spartacus. Entretanto, após as impressionantes cenas do protagonista e seus colegas de penitenciária, o que se segue são quase três horas de timming pouco acertado, bem como alguns deslizes de produção.

Hooper inovou ao captar todas as canções ao vivo e durante as filmagens. Geralmente os musicais são filmados e depois redublados – overdubbing - em um estúdio, onde o ator consegue cantar de forma controlada, beirando a perfeição. Já nesta montagem, os atores tiveram de atuar e cantar ao mesmo tempo, algo feito com beleza e suavidade por Hathaway, Seyfried e Jackman, mas também com sofrimento por Crowe, Sacha (que em Sweeney Todd fizera bonito) e a grande maioria dos atores coadjuvantes, especialmente os membros da “revolução”.

Existem alguns exageiros técnicos no longa – como o constante movimento em travelling de close para plano aberto acentuando as atuações de Crowe -, mas em contrapartida cenas poéticas e dramaticamente fortes. Um bom exemplo é o clímax vivido por Hathaway ao final de I Dreamed a Dream: impossível não se emocionar e compreender como aquela atuação rendeu-lhe o Oscar de melhor atriz coadjuvante.

Apesar de pertencer a um gênero muito específico e pouco aclamado pela grande maioria de espectadores, Os Miseráveis é uma obra que, mesmo errando em alguns pontos, merece apreciação pela dedicação e amor impresso por suas principais estrelas, bem como pela história de dor e superação em meio a miséria infligida pelos atos falhos de homens poderosos.

 

Escrito por
eligio JM
Elígio Junior

Pós-graduado em gestão executiva da televisão

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