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Documento da CNBB orienta responsáveis de juventude em encontro neste fim de semana

“O dia começava a declinar e os Doze foram dizer-lhe: Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto. Jesus replicou-lhes: Dai-lhes vós mesmos de comer. Retrucaram eles: Não temos mais do que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos e compremos mantimentos para todo este povo. (Pois eram quase cinco mil homens.) Jesus disse aos discípulos: Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta. Assim o fizeram e todos se assentaram.Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo.E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços”
(Lc 9,12-17).

A partir deste texto bíblico do Evangelho de São Lucas, o Documento de Estudos da CNBB nº 103 – “Pastoral Juvenil. Identidade e Horizontes” – apresenta sua conclusão de forma bastante simbólica para explicar o anseio pela evangelização juvenil e as variadas forças empenhadas nesta missão no Brasil: são diversos os “grupos de cinqüenta”, cada um com seu carisma e espiritualidade e, mesmo diante da pequenez humana por só terem “cinco pães e dois peixes”, todos estão ao redor de Cristo e querem levar muitos a saciar a “fome” do seu coração.

Será nesta perspectiva que os responsáveis (arqui)diocesanos pela evangelização dos jovens e assessores adultos das expressões juvenis no Brasil – movimentos, Pastorais da Juventude, congregações e novas comunidades – estarão reunidos nos próximos dias 27 a 29 de novembro, em Brasília (DF).

O evento é promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB (CEPJ) e visa retomar as prioridades do Encontro de Revitalização da Pastoral Juvenil, realizado em dezembro de 2013, além de verificar os projetos em andamento em todo país.

De acordo com o presidente da CEPJ e bispo auxiliar de Campo Grande (MS), Dom Eduardo Pinheiro, o Documento 103 é de suma importância hoje para nortear a ação desses evangelizadores. “Ele não cria nada de novo, mas busca iluminar, favorecer e impulsionar a evangelização da juventude, mostrando-nos a riqueza do que já existe em nossa organização nacional a favor dos jovens”, ressalta. Dom Eduardo explica ainda que este material foi solicitado, em 2011, pelos bispos referenciais da juventude dos regionais da CNBB, com o objetivo de esclarecer e potencializar a Pastoral Juvenil no Brasil e como suporte seguro e facilitador para o Documento 85, “Evangelização da Juventude: desafios e perspectivas pastorais”.

O documento é divido em oito capítulos, por meio dos quais é possível compreender a estrutura da Pastoral Juvenil no Brasil, sua organização e os diversos agentes envolvidos: CEPJ; Pastorais da Juventude; movimentos; novas comunidades; congregações; coordenação da Pastoral Juvenil nacional; equipe jovem de comunicação e os demais responsáveis nos níveis paroquial, diocesano, regional e nacional.

O texto começa definindo o conceito de “Pastoral Juvenil” e o processo histórico de como esta se solidificou no país. “Pastoral Juvenil é a ação organizada da Igreja em vista da evangelização da juventude”, ressalta o Documento de Estudos ao apontar que as instâncias eclesiais, assim como as expressões juvenis, assumem esta missão de modo a estarem atentas aos princípios da “unidade eclesial”, “organicidade processual” e “protagonismo juvenil”.

Na introdução, o texto destaca também que a pastoral está sob a responsabilidade da CEPJ como forma de garantir a unidade e a integração entre os agentes evangelizadores: “Os jovens estão mais propensos a esta unidade (…). A paz, a justiça, a vida para todos, o não à violência e discriminação são bandeiras queridas pela juventude. A Igreja precisa, por isso, acreditar e favorecer cada vez mais esses sonhos juvenis, semente de um novo tempo”.

Setor Diocesano da Juventude

Um dos capítulos do Documento 103 é dedicado a uma importante instância das dioceses: o Setor Juventude. O texto define o setor como “um espaço de comunhão e participação para unir e articular todos os segmentos juvenis diocesanos num trabalho conjunto”.

Contudo, conforme esclarece o presidente da CEPJ, o Setor Juventude não é, inicialmente, uma estrutura, mas uma forma complementar de atingir com mais força e propriedade a evangelização dos jovens, de modo a não sufocar a agenda e o ânimo de cada expressão juvenil com muitas reuniões, atividades e exigências. “É claro que um mínimo de estrutura deve existir e, consequentemente, certo sacrifício e adaptação de cada expressão para garantir a unidade e ser incentivadora de atuação mais qualificada junto aos jovens das nossas comunidades, sempre com uma abertura e incidência no âmbito social cultural”, explica o bispo auxiliar.

Além de apresentar os objetivos do setor e as razões para sua criação, o capítulo apresenta os critérios para uma boa organização, a valorização das expressões e do protagonismo juvenil e quem são os responsáveis das ações evangelizadoras, além de sugerir a realização de eventos, principalmente a Jornada Diocesana da Juventude (no Domingo de Ramos) e o Dia Nacional da Juventude (tradicionalmente no último domingo de outubro).

Provocações

“Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9,13). Este convite de Jesus, no Evangelho de São Lucas, é enfatizado no documento como um apelo missionário para que jovens e adultos levem outros a serem saciados e se tornem discípulos de Cristo.

Contudo, a conclusão do material chama atenção para os que ainda embora perto, não estão tão próximo assim. Ou aqueles que se encontram em profundas crises existenciais, dramas e carências familiares, além dos que estão nas drogas, na exclusão digital, nos presídios, enfrentam sérias doenças ou sofrem com a miséria e a exploração sexual ou de trabalho. Como atingir estes jovens e levar a alegria da fé em Cristo?

O próprio documento responde:

“É preciso uma significativa ‘conversão pastoral’ (…), capaz de renovar as estruturas obsoletas, atentar para os sinais dos tempos, concentrar forças, organizar estratégias evangélicas e inovadoras para fazer o bem, testemunhar a unidade dos que saciam do mesmo pão, ousar caminhos proféticos em vista da multidão de jovens inebriados por tantas vozes que o confundem”.

Esta conversão pastoral, como aponta o material, deve partir de cada coração que deseja saciar a fome do outro e, constantemente, acreditar na juventude e na vida em abundância que o Cristo pode oferecer a cada jovem: “Ainda há muita fome – mas que bom – há muito pão! Pão abençoado pelo Mestre! Doze cestos transbordantes (…). Apostemos no ardor do próprio mundo juvenil e proponhamos aos jovens e às jovens de nosso tempo, com coragem e profecia, o encontro profundo e constante com Jesus Cristo!” (p. 93).

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