Por Douglas Maciente Em Jumi

Conversa com Padre Toninho - Romaria da Juventude

Na linha de eventos da Juventude em Missão – JUMI, também encontramos a Romaria da Juventude, um evento que reúne vários grupos de jovens dentro da Igreja, em busca de uma experiência em Cristo.

Padre Antônio Ramos do Prado SBD é Mestre em Pastoral Juvenil pela UPS, Assessor Nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB. 

Conversamos com Pe. Toninho sobre a aproximação da igreja com os jovens baseada no pedido do Papa, o qual afirma que a Igreja deve ‘sair em busca da juventude’ acolher todas as culturas e suas diferenças.

A12: Qual é seu trabalho com a juventude?

Pe. Toninho: Desde jovem sempre gostei de trabalhar com a juventude. Depois me tornei padre salesiano e continuei estudando o fenômeno juvenil. Hoje acompanho as 4 expressões juvenis do nosso Brasil: Movimentos, Novas Comunidades, Pastorais da Juventude e Congregações. Trabalho também no Lectionautas, capacitando jovens para que possam através das novas tecnologias aprofundar e divulgar a Palavra de Deus. Coordeno e produzo junto com uma equipe, todos os subsídios sobre juventude que saem na CNBB. 

A12: Como viu a necessidade de trabalhar com a juventude, já era seu objetivo? 

Pe. Toninho: Sim. Era o meu objetivo. Desde de pequeno gostava de estar no meio dos jovens. Sonhava um dia ser padre para trabalhar com os jovens. Até que aos 23 anos ganhei um livro de São João Bosco e me apaixonei. Logo em seguida procurei os salesianos para o acompanhamento vocacional. Entrei no seminário em fevereiro de 2006. Hoje tenho 25 anos de vida consagrada e 18 anos de padre. 

A12: Como foi em sua juventude? 

Pe. Toninho: Parte da minha juventude foi trabalho no campo e parte na cidade. Sempre sonhei em ir para a cidade. Desde que me ordenei padre trabalho na cidade, sempre com jovens. A cidade nos apresenta uma diversidade enorme de jovens, e pretendo continuar mergulhando no mundo da cultura juvenil para entendê-la.

A12: Como você vê a juventude atual, são diferentes de outras gerações?

Pe. Toninho: Os jovens ao longo da história sempre tiveram corações generosos. O maior desafio hoje é a falta de referência. Também a falta de segurança nas instituições frágeis, muitas vezes causam nos jovens uma insegurança e muitas vezes leva ao desespero. Uma riqueza dessa geração de jovens é a capacidade de criar e de usar as novas tecnologias. Costumamos dizer no campo da sociologia que os jovens são filhos do seu tempo – isso porque a sociedade esta sempre em mudança.

A12: Em que pontos devemos nos aprimorar para conectar e apoiar esses jovens? 

Pe. Toninho: Primeiro acredito que a Igreja trás valores excepcionais para a juventude. O desafio é que Ela não consegue dialogar com essa geração. Acredito que se faz necessário conhecer a cultura juvenil e a partir dela trabalhar os valores que o cristianismo oferece. A linguagem precisa mudar e a liturgia precisa se inculturar, pois os jovens estão sedentos de serem acolhidos. 

 

"Podemos dizer que o Papa fala em parábolas, por isso todo mundo entende. Ele também propõe grandes desafios possíveis para os jovens e isso contagia e impulsiona os jovens para a missão".

A12: E como você vê a missão do Papa em aproximar a igreja dos jovens? 

Pe. Toninho: Fantástico. O Papa Francisco fala da simplicidade do coração. Ele fala coisas profundas de forma criativa e simples. 

A12: O jovem não tem a impressão de uma igreja envelhecida, arcaica?

Pe. Toninho: Creio que não. Na verdade, o que tem crescido no Brasil é um ateísmo sem fundamento. Por outro lado, cresce o sincretismo religioso, isso é ruim porque confunde a verdadeira face de Cristo. No campo da universidade há muitos professores frustrados com a Igreja Católica e usam dos espaços acadêmicos para falácias contra o catolicismo, falando da história da Igreja na Idade Média sem interpretá-la, sem contextualizar no seu tempo.

A12: Nos dias de hoje, com tanta informação e tecnologia, fica mais difícil/desafiador atrair, captar e manter os jovens comprometidos com Deus?

Pe. Toninho: Sim. É muito mais difícil ser jovem cristão hoje do que no meu tempo. Hoje os jovens são provocados por muitas vozes e fica difícil escutar a voz do Mestre. As fantasias dos tempos modernos apresenta tudo muito fácil, porém passageiros e não trás segurança. A facilidade do consumo que aparentemente irá preencher o coração do jovem não funciona.

E o vazio existencial vai ocupando uma grande parte do coração e mente dos jovens. Se faz necessário utilizar melhor dos meios de tecnologia para promover o bem e fazer crescer a cultura da paz e solidariedade.

A12: Qual seu desejo para os jovens hoje? 

Pe. Toninho: Desejo que todos os jovens se envolvam numa corrente do bem, e usar todas as forças das novas tecnologias para esse fim. Também convido os jovens a participarem da Romaria Nacional da Juventude, pois Maria nos leva sempre a Deus. Convido ainda a todos os jovens a fazerem o caminho da fé conosco de 01 a 10 de julho – saindo de Aguas da Prata até o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Vejam o site: jovensconectados.org.br

"O Caminho da fé será uma grande oportunidade de contemplar Deus nas pequenas criaturas. Deus sempre nos surpreende quando nós abrirmos os nossos olhos e corações".

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