Uma vez, presenciei um evento um tanto misterioso. Uma colega da minha sala era, em geral, boa nos estudos. Mas, na hora de falar na frente de todo o mundo, tinha muita dificuldade. Alguns podem se identificar com quem fica com vergonha ou com quem presencia tal sofrimento.
Seja qual for o caso, sabemos que uma simples palavra de encorajamento não resolve tal dificuldade. Aí vem o fato que presenciei: No grupo daquela colega, tinha um rapaz que a tinha ajudado a preparar o trabalho e, pelo que ela comentou depois, foi a presença dele que lhe levantou o ânimo e a encheu de coragem.
Falar dos santos é, sobretudo, falar de irmãos nossos. É um artigo de fé que rezamos todo domingo no Credo: "Creio na comunhão dos santos". Isso não significa uma verdade fria, que alguns padres imaginaram e depois exigiram que os demais cristãos repetissem. É, na verdade, um louvor à obra realizada por Deus na vida dos homens.
O que significa que um cristão seja santo? O que diz essa realidade para a minha vida concreta (no meu aqui e agora)? É importante que eu acredite nisso?
Assim, falar do santo é falar da Igreja. Por isso, no Credo professamos nossa fé na Igreja e, logo depois, nos santos. O Catecismo o indica categoricamente: "Depois de ter confessado ‘a santa Igreja Católica’, o Símbolo dos Apóstolos acrescenta ‘a comunhão dos santos’. Este artigo é, em certo sentido, uma explicitação do anterior: pois ‘que é a Igreja senão a assembleia de todos os santos?’. A comunhão dos santos é, precisamente, a Igreja" (Catecismo da Igreja Católica, nº 946-959.)
Para além de milagres e ações fantásticas na vida dos santos, nosso olhar é dirigido à comunicação e união na fé que eles ajudam a estabelecer. Na verdade, os milagres apontam para esta união. O sentido do milagre – e isso é muito claro no ministério de Jesus – não é o de surpreender o auditório para ganhar adeptos, mas sim um convite à fé (sendo que, em algumas ocasiões, Jesus destacou que o milagre era, justamente, consequência da fé de quem pedia).
A vida da fé constitui um verdadeiro "tesouro de vida que se enriquece na medida em que é partilhada" (Catecismo da Igreja Católica, nº 946-959.)
Pois no fundo "o cristão é um administrador dos bens do Senhor". Isso qualifica a intercessão dos santos, que, "estando mais intimamente unidos com Cristo, consolidam mais firmemente a Igreja na santidade" (Catecismo da Igreja Católica, nº 946-959.)
Em conclusão, "não é só por causa do seu exemplo que veneramos a memória dos bem-aventurados, mas ainda mais para que a união de toda a Igreja no Espírito aumente com o exercício da caridade fraterna"*. (Catecismo da Igreja Católica, nº 946-959.)
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