Igreja

Beato Zeferino Malla, cigano e mártir da Igreja Católica

Escrito por Elisangela Cavalheiro

26 AGO 2014 - 15H33 (Atualizada em 26 AGO 2022 - 08H05)

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Leia MaisArquivo A mostra histórias de vida de ciganos no BrasilPastoral dos Nômades pede fim do preconceito contra o povo ciganoO beato da Igreja Católica Zeferino Gimenez Malla teve sua vida marcada pelo martírio durante a guerra civil espanhola na década de 30.

Ele foi beatificado por São João Paulo II no dia 04 de maio de 1997. Foi o primeiro cigano reconhecido mártir da fé, por isso ele é o padroeiro da Pastoral dos Nômades e do povo cigano. 

O martírio de Zeferino ocorreu quando ele tinha 75 anos, morreu vítima da perseguição religiosa, fuzilado por defender um sacerdote e por se negar a se desfazer de seu rosário. Foi  enterrado em uma cova coletiva e seu corpo nunca foi encontrado.

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Para o Padre Wallace Zanon, que trabalha há vários anos com o povo cigano, e tesoureiro e ex-diretor da Pastoral dos Nômades do Brasil, o testemunho do beato cigano é marcado por seu amor à Igreja e a seu povo: 

“O beato Zeferino mostrou um grande amor ao seu povo, os ciganos e à Igreja, tanto que morreu em defesa de um padre. Mostrou ainda seu amor aos pobres, visto que era Terciário Franciscano e Confrade da Sociedade São Vicente de Paulo. Estava sempre ajudando os pobres e acolhendo os doentes. Zeferino foi um autêntico cristão, tamanha era sua ligação com Cristo que morreu gritando ‘Viva Cristo Rei’”, disse em entrevista ao A12.

Em seu trabalho pastoral, Padre Wallace percebe que a devoção ao beato ainda não é muito divulgada entre o povo cigano. Contudo, reconhece que a história cativa todos os que a conhecem.

“Os ciganos no Brasil ainda não conhecem muito a vida do Beato Zeferino, por isso não existe uma grande devoção, mas os ciganos que tiveram oportunidade de conhecer sua vida, estes tem uma profunda devoção e procuram imitar seu testemunho de vida”.

Uma das metas da Pastoral dos Nômades frisa uma maior divulgação da vida e história do beato, tanto para o povo nômade como para toda a Igreja.

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O acolhimento oferecido pela Igreja ao povo nômade

Padre Wallace destacou ainda outro dado importante do trabalho com o povo nômade no Brasil, a respeito de uma proposta de ação pastoral em conjunto com santuários de todo o país. Segundo o diretor, são nesses lugares que esses povos buscam viver a fé e os sacramentos, por isso, é importante uma nova configuração do acolhimento dessas igrejas ao povo nômade.

"O Santo Padre nos pediu para que pudéssemos levar o ‘Evangelho da Alegria’ a esta parcela do povo de Deus, que muitas vezes por preconceito ou falta de conhecimento são deixados de fora da ação da Igreja".

No Brasil, muitos ciganos frequentam os santuários em suas festas, pois é importante para eles ir aos santuários para agradecer a Deus pela bênção recebida e pedir a intercessão dos santos nos quais são devotos para que possam viver sempre na graça de Deus, destaca o sacerdote.

"Percebemos que é de fundamental importância acolher a comunidade nômade nestes momentos, pois, na maioria das vezes este é o momento que vão à igreja, muitas vezes não por falta de proximidade da igreja local onde estão e muitas vezes por não terem um lugar fixo de morada. Pensamos em entrar em contato com os santuários em que sabemos que muitos deles frequentam e estar presente nos novenários e se possível definir algum momento para eles ou que sejam lembrados de alguma forma", assinala Padre Wallace.

Outro aspecto, de modo especial dos ciganos, é que sempre procuram realizar alguns sacramentos nestes santuários, de modo especial o batismo e matrimônio.

"Pensamos em manter contato com os santuários para falar um pouco sobre a cultura deles e dos documentos da Igreja que dão amparo ao povo nômade", sublinhou o Padre.

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