Ontem (3), a Polícia Federal realizou buscas na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília. Os policiais prenderam o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, e outros cinco suspeitos.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes dentro do inquérito das "milícias digitais" que já tramita no Supremo Tribunal Federal. Na decisão, o ministro considerou "plausível" a linha de investigação da Polícia Federal de que grupo ligado a Bolsonaro inseriu informações falsas no ConectSUS para obter vantagens ilícitas.
A Polícia Federal afirma que certificados de vacinação contra Covid-19 foram emitidos pelo usuário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no aplicativo ConectSUS. Um dos documentos foi emitido um dia após a inserção de dados supostamente falsos no sistema.
Um outro certificado também foi emitido da conta da filha caçula de Bolsonaro no aplicativo, no dia 27 de dezembro, em inglês. No dia seguinte, ela embarcou para os Estados Unidos, para onde o pai seguiu dois dias depois. As informações constam no relatório da PF que serve como base para a investigação sobre suspeita de fraude nos dados de vacinação.
O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que não tomou vacina e que não houve adulteração nos registros de saúde dele e da filha. Quando questionado pela imprensa, Bolsonaro respondeu que nunca foi pedido a ele cartão de vacina em lugar nenhum e que não existe adulteração da parte dele. Bolsonaro afirmou ainda que nunca negou que não tenha tomado a vacina.
O jornalista Rafael Rodrigues conversou com o advogado Antônio Carlos Morad, do escritório Morad Advocacia, que explicou quais os crimes o ex-presidente pode ser acusado e comentou sobre o rito do processo a partir de agora, com a deflagração dessa operação.
Mauro Cid e a família dizem que vão se manifestar quando tiverem acesso aos autos do processo.
Marcelo Siciliano, ex-vereador do Rio, disse que foi surpreendido por agentes da Polícia Federal em sua casa e teve o celular apreendido, mas não sabe o motivo da operação. Disse também que está à disposição para dar esclarecimentos.
Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva disse que não vai se manifestar porque a investigação está sob sigilo.
João Carlos Brecha, secretário de Governo de Duque de Caxias, não retornou as tentativas de contato.
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