Câmeras nos uniformes da PM diminuiu número de mortes em abordagens

A redução da mortalidade de adolescentes em intervenções policiais passou dos 80% em 2022 no Estado de São Paulo. Essa queda se deu justamente depois da implementação de câmeras nos uniformes dos policiais militares. As informações constam no levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com a Unicef.

Denis Pacheco, pesquisador do Fórum Brasileiro, acredita que mesmo não sendo a única razão, as câmeras auxiliaram e muito na redução desses números. “As câmeras integram um conjunto de mudanças administrativas e políticas que causou um efeito contágio de transparência e responsabilização, cujos resultados são tanto a redução geral da letalidade policial, que caiu 63%, quanto à redução específica nos batalhões que adotaram as câmeras, que foi de 76%”.

Entre 2020 e 2022, 62 batalhões da Polícia Militar do Estado de São Paulo incorporaram câmeras operacionais portáteis (COP) durante a rotina do serviço. Denis Pacheco informa que nos batalhões que incorporaram o uso do equipamento houve redução de 76,2% na letalidade dos policiais militares em serviços entre 2019 e 2022, enquanto nos demais batalhões a queda foi de apenas 33%.

Denis Pacheco avaliou ainda que o estudo também aborda o perfil racial das vítimas da violência policial em serviço. Segundo ele, a pesquisa ressalta que mesmo que a redução das mortes tem acontecido de modo proporcional entre brancos e negros, a taxa de letalidade pela polícia segue sendo três vezes maior entre os negros.

Em número gerais, a pesquisa trouxe que em 2017 foram 171 mortes provocadas por intervenções de policiais militares em serviços entre jovens de 15 e 19 anos. Em 2021, ano seguinte à implementação das câmeras, foram 42 mortes, já uma queda de 75% e no ano passado, 2022, foram registradas 34, o menor número da série histórica.

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