Assembleia Geral CNBB

"É necessário escutar o Espírito Santo", diz o Cardeal Parolin

Junto com o presidente da CNBB, Secretário de estado do Vaticano enfatizou o método de conversação espiritual durante a Assembleia Geral

Escrito por Alberto Andrade

10 ABR 2024 - 14H00 (Atualizada em 10 ABR 2024 - 16H08)

Thiago Leon

Neste primeiro dia da 61ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil (AG CNBB) realizado no Santuário Nacional de Aparecida, aconteceu a Coletiva de Imprensa, com a presença de Dom Jaime Spengler, presidente da CNBB, e do Secretário de Estado Vaticano, cardeal Pietro Parolin.

Thiago Leon
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Dom Jaime enfatizou em números a grandiosidade do evento e da CNBB.

O Brasil é a maior Conferência Episcopal no mundo! Somos 486 bispos, e são poucas as conferências no mundo que tem um número como este! Como exemplo de quanto rapidamente a Conferência é enriquecida com novos membros.

Da última assembleia do ano passado até o dia de hoje, nós tivemos 20 novas nomeações para o Brasil! Esse é um número significativo.

Há países aí da América Latina, vizinhos nossos, que possuem 16 bispos ou 16 dioceses. Ou seja, é um desafio, mas, ao mesmo tempo, um privilégio conduzir uma assembleia com um número tão grande de bispos”.

O presidente da CNBB falou sobre o tema central da Assembleia nesse ano, a realidade da Igreja no Brasil e a atualização de suas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora.

“Estamos iniciando este trabalho de elaboração das Diretrizes, mas nós não vamos concluir [ainda], porque nós estamos também experimentando a celebração do Sínodo dos Bispos em Roma, que tem como tema central a Igreja propriamente dita no mundo de hoje.

Através dos princípios da comunhão, da participação e da missão, então nós precisamos, de alguma forma, também estar atentos àquilo que o Sínodo pode trazer para nós, a fim de propormos diretrizes para a igreja no Brasil, que correspondam àquilo que a Igreja no mundo está refletindo!

É claro que, nesse trabalho de elaboração das Diretrizes, nós também estamos muito atentos à nossa realidade social, econômica e política do Brasil e também à realidade eclesial da nossa Igreja”.

Thiago Leon
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Cardeal Parolin, em sua declaração inicial na entrevista, disse que o conteúdo refletido na Assembleia terá como tema a Sinodalidade, sob os três substantivos: comunhão, participação e missão. Segundo ele, o caminho sinodal deve estar presente em todos os cristãos. Todos são chamados à missão, ao testemunho missionário.

“O objetivo de minha visita é pregar no retiro, e estou muito contente em me encontrar com os bispos. Muitos deles já havia encontrado na Visita Ad Limina, mas a nível regional, por essa ocasião me encontrei com eles”, recordou.

O cardeal também ficou impressionado com o número de bispos no Brasil e seu empenho na evangelização, um desafio diante da crescente secularização na América Latina, com um número crescente de pessoas que “vivem como se Deus não existisse”, ressaltando o papel destacado da religiosidade popular, considerando a coerência entre fé e vida como grande questão, o que mostra a importância do testemunho como um dos grandes temas da evangelização.

Para o Portal A12, o Secretário de Estado do Vaticano respondeu a respeito da “Escuta no Espírito” que os bispos irão realizar na Assembleia, e que poderá auxiliar em novas dinâmicas ou ideias para a Evangelização em nossas dioceses:

“Esta é a novidade trazida pelo Sínodo, que é justamente a conversação no Espírito. Antes de entrar nos debates dos temas da Assembleia, então, é necessário escutar o Espírito Santo. E isso se deu justamente em Roma e está se espalhando por toda a Igreja. Esta metodologia do escutar a voz do Espírito, diante das novas tecnologias. Os católicos são chamados a estes novos areópagos, aquilo que Paulo fez. Também temos que anunciar o Evangelho desta maneira”, disse, ressaltando a intenção da Igreja em abrir novos espaços de escuta e participação, inclusive dos leigos.

Thiago Leon
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Dom Jaime Spengler, ao concordar com o Cardeal Parolin, enfatizou que este método de conversa faz parte da história da nossa fé católica:

“Certamente, nesse contexto de Brasil, com esse grande número de bispos, devemos promover espaços de diálogo, onde todos possam verdadeiramente se expressar e a partir dali, um escutando o outro, e colher indicações de consenso em vista da obra da evangelização. Eu creio que isso é fundamental. Certamente é uma metodologia, eu diria assim, “nova”, porque a história da Igreja está marcada por essa necessidade de escutar! Nossas assembleias e sínodos são sempre espaços de escuta. A metodologia que o sínodo propôs agora intensificou ainda mais esta dimensão fundamental em qualquer espaço social. Aprender a nos escutar uns aos outros e buscar consensos”.

Respondendo à pergunta da jornalista Camila Morais, da TV Aparecida, o secretário vaticano informou o tema do Retiro dos bispos, que tem início nesta quarta-feira (10), estendendo-se até esta quinta-feira (11), em todas as sessões.

O tema do retiro será 'O Caminho Sinodal', em sintonia ao Sínodo, que terá seu término em outubro deste ano, articulado em três palavras importantes que o Santo Padre sempre nos fala: comunhão, participação e missão. Eu penso que este caminho é uma obrigação, um tema para todos os cristãos, que acordem para estes três temas, ou seja, todos são chamados a isso! A imprensa também é, de fato, o caminho para isso, para esta evangelização da esperança e da vida”.

Assista à Coletiva dos Bispos, na manhã desta quarta-feira (10):


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