Cardeal Jaime Spengler faz apelo por ações concretas contra enchentes no RS

O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Jaime Spengler, fez um apelo por ações concretas de prevenção e socorro aos atingidos por novas enchentes no Rio Grande do Sul.

O posicionamento veio por meio de um artigo publicado por Dom Jaime no site oficial da CNBB, intitulado “Lágrimas da Casa Comum”.

Pouco mais de um ano após as trágicas enchentes que devastaram diversas regiões do estado gaúcho, novamente as chuvas, as mudanças climáticas e a falta de ações efetivas sobre o problema voltaram a atingir o sul brasileiro.

Para o cardeal, os discursos e promessas se repetem, mas as ações efetivas ainda são lentas diante da urgência das necessidades da população. “A burocracia, a morosidade e, talvez, a falta de transparência em alguns setores colaboram para a morosidade diante do que necessita ser feito”, escreveu.

Dom Jaime Spengler relembra a grande mobilização solidária que envolveu todo o Brasil após a tragédia de 2024, e destaca que, apesar do reconhecimento da necessidade de investimentos e reconstrução, os mesmos problemas voltaram a acontecer, deixando um rastro de desabrigados, infraestrutura destruída e medo entre os mais pobres.

“Até um passado não muito distante, se falava da “sociedade do cansaço”. Atualmente, se fala da “sociedade do medo”! De fato, não faltam sinais de que o medo está presente em amplos setores da sociedade”, destaca o cardeal em trecho do artigo.

Ele prossegue: “E são, sobretudo, os mais pobres que sentem no cotidiano tal situação. Não bastasse a falta de trabalho, segurança, transporte digno, acesso à educação com qualidade, agora, mais uma vez, o medo de que a natureza produza nova tragédia.”

Inspirado na Doutrina Social da Igreja e nas palavras do Papa Francisco, Spengler enfatiza que cuidar do meio ambiente é uma missão urgente para toda a sociedade, sobretudo para os cristãos.

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“A Casa Comum é obra divina”, afirma. Para ele, pequenas atitudes cotidianas, como separar o lixo e manter a cidade limpa, são formas concretas de colaboração que podem fazer diferença no futuro.

“Não basta se lamentar do acontecido ou do modo de proceder do poder público. Urge que cada um colabore para deixar o mundo um pouco melhor para as futuras gerações. A colaboração passa por atitudes como, por exemplo, seleção do lixo, cuidado para manter ruas, esgotos, arroios e bueiros limpos”, diz.

Dom Jaime Spengler finaliza o artigo destacando: “Pode parecer pouco; no entanto, se cada um se empenhar por colaborar, todos certamente poderemos sonhar com dias melhores.”.

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Fonte: CNBB