Em nosso País, quase todos os segmentos sociais e todos os grupos humanos sofrem com o desequilíbrio social. Porém, quem mais está sendo afetado são as nossas crianças.
De um modo geral, tratamos muito mal e cuidamos pouco de nossas crianças. Um país que trata assim aqueles que são os seus herdeiros, não sei que futuro terá! Ao lado das mulheres e associadas aos idosos, as crianças formam os três grupos mais vulneráveis da sociedade, e justamente aqueles que mais deveriam receber cuidados e atenção.
Um estudo recente capitaneado pelo Unicef, órgão das Nações Unidas, mostra que entre 2016 e 2020, 35 mil crianças e adolescentes foram vítimas de mortes violentas no Brasil, dando 7 mil crianças por ano. Esta se tornou uma das estatísticas mais tristes de serem mostradas.
A violência contra as crianças ocorre em todas as regiões e estados do país, tendo várias causas, pois o espectro da violência é amplo e variado. De um lado, há a desestruturação das famílias e o despreparo dos pais em colocar filhos no mundo e de educa-los em meio a tantos desafios.
Os casos de violência doméstica aumentaram significativamente com a pandemia, porque mais pessoas ficando mais tempo em casa coloca as crianças e adolescentes mais expostos à violência praticada contra elas. Se levarmos em conta as condições de moradia de milhões de famílias brasileiras, entendemos um pouco mais como isso pode acontecer.
Leia MaisTrabalho infantil priva crianças de ter infância Quebrando o silêncio: A luta contra exploração sexual de mulheres e criançasDe outro lado, temos a violência urbana. O mesmo estudo acima citado mostra que a violência urbana, especialmente nos grandes centros, é uma das principais causadoras da maior parte das mortes violentas de crianças e adolescentes. A violência urbana aliada ao crime organizado e ao despreparo das forças policiais faz os números aumentarem mais e mais.
Tem ainda um terceiro fator: O Brasil dobrou o número de armas em mãos de civis em apenas três anos.
Ao lado dos acidentes, temos o despreparo da maioria das pessoas na utilização de armas de fogo. A maior circulação de armas em mãos de civis, aliada à agressividade, estresse e outros problemas de ordem psicossocial faz com que as cidades se tornem um barril de pólvora.
Ao lado disso, temos ainda a violência de ordem sexual, com o alto índice de estupros que, na maioria das vezes, não matam, mas deixam um trauma a ser levado pelo resto da vida.
É preciso lembrar ainda que o Programa Nacional de Vacinação está devagar ou quase parando em muitos estados e regiões; com isso, doenças infantis que estavam controladas tendem a voltar se o programa não ganhar força novamente.
Enfim, em nosso radar de preocupações à busca de medidas saneadoras deve voltar-se totalmente ao contorno dos inúmeros problemas que afetam a infância e adolescência do Brasil, para que possamos lhes garantir um futuro um pouco mais risonho e esperançoso.
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