Escolas: ambientes de risco?

Os números do último Censo Escolar indicam que em nosso país existem 112,9 mil escolas de nível infantil. As de nível fundamental são 123,5 mil e as de nível secundário ou médio são 29,1 mil. Por outro lado, aqui são ofertados 33 mil diferentes cursos de graduação em 2.364 instituições de ensino superior.

Outros dados indicam que ao todo 2,2 milhões de pessoas exercem a profissão de professor ou professora na educação básica e 323,3 mil no ensino superior.

Como acontece em outros setores, o Estado de São Paulo é um dos mais privilegiados, possuindo cerca de 10 mil escolas em seu território e sua rede estadual de ensino conta com mais de 250 mil professores e ainda conta com outros 65 mil funcionários que atuam em funções administrativas ou técnicas.

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Em muitas cidadezinhas do interior, até bem pouco tempo as autoridades que todos conheciam eram o padre da paróquia, o sargento da polícia e a diretora ou diretor da escola. As demais autoridades do município, do estado ou do país eram muito distantes, pouco conhecidas e quase sempre nem eram lembradas.

As escolas, todos nos recordamos bem, eram lugares de paz, de respeito e de aprendizado onde “a diretora falou, tá falado”. Temos saudades da professora que, como diz a canção de Paulo Sérgio, nos “ensinou o bê-á-bá”.

De repente, aquilo que víamos acontecer em outros países, longe de nós, com os massacres e atentados nas escolas passou a fazer parte do nosso rol de preocupação. Muitos pais já amanhecem com medo de enviar seus filhos para as escolas, sem saber o que lhes pode acontecer. De ambientes de sossego e educação, veio a agressividade de alunos que não temem em se voltar contra os sus mestres.

Pesquisas apontam que dois entre cada cinco estudantes do Brasil têm problemas de ordem psicológica e o aumento da violência só fez por agravar este quadro já caótico.

Por causa dos frequentes casos de violência que têm acontecido em nossas escolas, às vezes dentro das salas de aula, com um aumento significativo de 48%, o governo estuda diversas medidas que poderão ser tomadas para tentar minimizar o problema, sendo que essas medidas estão sendo debatidas pelos especialistas.

Antes de tomar medidas a toque de caixa, criando quem sabe leis que não serão executadas, é preciso analisar bem, com a ajuda de especialistas, as causas do aumento da violência para que as medidas, algumas delas bem polêmicas, possam surtir o efeito desejado.

E, sem dúvida alguma, a recomposição dos nossos ambientes escolares passa pela reestruturação de nossas famílias.