Comunicação

Evangelização pelo rádio mira o futuro das plataformas

Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

07 NOV 2023 - 11H55 (Atualizada em 07 NOV 2023 - 16H03)

LALAKA/Shutterstock

Com o avanço da tecnologia e com o aparecimento de novas plataformas e novos veículos de comunicação, muita gente passou a questionar o futuro do rádio, perguntando se ainda haveria espaço para esse veículo num mundo inteiramente digital. Alguns mais pessimistas chegaram a prever a morte do rádio como veículo de comunicação.

Se acontecesse seria um grande prejuízo para a Igreja, que sempre utilizou do rádio como meio de evangelização. Por sua natureza e pelo seu custo o rádio é o veículo mais utilizado pela Igreja, sendo que no Brasil a Igreja tem a concessão de mais ou menos 300 emissoras, sem falar nas muitas pequenas rádios comunitárias e nas inúmeras rádios web que crescem sem controle. A rede de rádios da Igreja, capitaneada pela Signis Brasil cobre a maior parte do território brasileiro.

Rádio como veículo que alcança a todos

O rádio já demonstrou ser o veículo que tem mais facilidade de se adaptar a qualquer tecnologia por mais nova que seja. Por isso, o medo de que o rádio possa desaparecer aconteceu no passado, com o advento da televisão e acontece agora também com a chegada da internet que tem como maior expressão as redes sociais.

Um radiodifusor precisa, em primeiro lugar, saber quem consome o seu produto. Essa é uma questão primordial, porque assim o rádio adapta a programação ao seu público ouvinte. O evangelizador precisa conhecer bem o seu ouvinte e quais as ferramentas que pode oferecer para que a interação aconteça.

Ainda hoje é comum a gente ouvir de muitos radiodifusores: “Ah, minha rádio fala pra todo mundo” ou então “todo mundo escuta a minha rádio”. Na verdade, isso não procede, porque aquele que quer falar para todo mundo corre o risco de acabar não falando para quase ninguém, porque cada produto ou conteúdo precisa ser adaptado ao seu público.

As pesquisas de audiência ou relatórios com dados retirados das redes sociais, por exemplo, são importantes porque ajudam a conhecer quem são os ouvintes e como o produto oferecido está atendendo suas expectativas e necessidades.

Evangelização nas ondas do rádio

No processo de evangelização ainda acontece uma dicotomia entre forma e conteúdo. A Igreja tem um ótimo conteúdo que é Jesus Cristo e sua mensagem, porém, muitas vezes ele é transmitido de forma desinteressante que não atrai as pessoas, ou atrai somente quem já foi evangelizado.

Numa análise da programação das rádios católicas se percebe que ainda existe bastante amadorismo no modo de fazer a evangelizadora, ou então várias rádios “ficam pescando no mesmo aquário” e não avançam “para águas mais profundas”, porque não basta ter conteúdo como produto, é preciso que lhe seja dado uma forma atrativa e interessante.

Novos formatos e novos canais

No rádio, como nos demais veículos de comunicação, novos canais e formatos tem se multiplicado ao longo dos tempos. Não se pode ver isso como ameaça, e sim como oportunidade, mas o rádio precisa se adaptar às novas tecnologias. Foi pensando nisso, por exemplo, que a Rádio Aparecida se desfez de suas plataformas analógicas, apostando na tecnologia digital, com vantagem em termos de custo e de alcance.

As plataformas digitais propiciam o aumento da área de cobertura, facilitam o acesso de um número maior de pessoas, tornam a comunicação e a interação com os ouvintes muito mais ágil e veloz.

Com a pandemia da Covid-19 a audiência do rádio cresceu 20%, num índice superior a todos os demais veículos e hoje 43% dos internautas ouvem rádio em tempo real. Bem utilizada, a tecnologia que integra rádio, web e imagem propicia uma força evangelizadora que ainda não é totalmente conhecida e explorada.

Mirando o futuro

Uma das características da Rádio Aparecida em mais de 70 anos de história, é a de acreditar na força do rádio, usando desta plataforma ou deste meio para bem evangelizar, levando mais longe e a mais pessoas a força libertadora da mensagem de Jesus Cristo e a mensagem do Santuário Nacional.

A concessão das Ondas Médias conseguida em 1951, ainda nem tinha sido consolidada totalmente e os Missionários Redentoristas já miravam o futuro, com as Ondas Curtas que na época demonstravam a grande força do rádio. Depois vieram as Ondas Tropicais, a FM, a transmissão via satélite e agora a programação Online, graças ao Portal A12 e mais de 25 outras plataformas.

Buscando equipamentos mais eficientes, investindo em tecnologia, acreditando na Rede Aparecida de Rádio como expressão de comunhão e sinodalidade, contando com o apoio da Família dos Devotos que hoje dá o suporte que antes era recebido Clube dos Sócios, o sinal da Rádio Aparecida pode ser captado em mais de 2,6 mil municípios brasileiros, como expressão da crença no futuro e na força do rádio como instrumento de evangelização que precisa e pode ser bem aproveitado.

Escrito por
Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Missionário redentorista graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da antiga Província Redentorista de São Paulo, tendo sido também diretor da Rádio Aparecida.

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