A devoção mariana como fonte de consolo e esperança

Durante este mês dedicado a Maria, temos a oportunidade de admirar as maravilhas que Deus pôs em seu Imaculado Coração em favor de seu povo santo, que é a Igreja. Deus sabe dos desafios e tribulações que vivemos no vale de lágrimas que é este mundo, e nos dá a Maria, estrela que nos guia, levando-nos até chegar à Luz verdadeira que é Jesus.

Ao longo de sua história, a Igreja recorreu sempre à intercessão e à proteção da Santíssima Virgem Maria. E um dos títulos mais antigos de nossa querida Mãe é o de Auxílio dos Cristãos, pois Ela nos auxilia e ajuda em todos os momentos, estando sempre disposta a acudir os seus filhos.

A devoção a Nossa Senhora Auxiliadora começou em 1571, quando o Papa Pio V, diante da ameaça do imperador turco Selim que buscava o domínio da Europa, organizou uma esquadra e clamou pela ajuda da Virgem Maria. A vitória cristã foi conquistada no dia 7 de outubro e o Papa incluiu a invocação “Auxiliadora dos Cristãos” nas ladainhas lauretanas.

A festa em sua homenagem, porém, só foi instituída em 1816 pelo Papa Pio VII, em agradecimento à intercessão de Maria durante seu cativeiro na França, imposto por Napoleão I. Em 24 de Maio de 1814, o Papa Pio VII entrou solenemente em Roma e recuperou seu poder pastoral.

Para evidenciar sua gratidão à Santa Mãe de Deus, o Pontífice criou a festa de Nossa Senhora Auxiliadora nesta mesma data. A partir daí, muitos cristãos começaram a ter uma grande devoção por Maria Auxiliadora. Um de seus devotos mais ilustres foi Dom Bosco. Através dos ensinamentos de sua mãe Margarida, ele aprendeu a confiar plenamente na intercessão da Virgem Maria, e essa confiança foi fundamental na fundação de sua Congregação Religiosa.

Ele escolheu o título de Auxiliadora em meio a um período de conflito entre o poder civil e a Igreja, marcado pela queda de Roma e a perda do poder temporal da Igreja durante o ministério do Conde de Cavour, um importante ministro italiano. Nesse contexto histórico, Dom Bosco, famoso por seu trabalho com os jovens, dedicou todo o seu esforço educacional a Nossa Senhora, pedindo sua proteção e auxílio contra todas as dificuldades.

“Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria”

Movidos pelo testemunho de tantos cristãos e confiantes no amor maternal de Maria, nós também devemos buscar a Nossa Mãe e colocar diante de seu Imaculado Coração as nossas tristezas e angústias. Ela como uma mãe amorosa intercederá junto a Jesus por seus filhos. Assim nos ensina São Bernardo de Claraval em sua belíssima oração:

“Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas,
pensa em Maria, invoca Maria.
Que seu nome nunca se afaste de teus lábios,
jamais abandone teu coração;
e para alcançar o socorro da intercessão dela,
não negligencies os exemplos de sua vida.

Seguindo-a, não te transviarás;
rezando a ela, não desesperarás;
pensando nela, evitarás todo erro.
Se ela te sustenta, não cairás;
se ela te protege, nada terás a temer;
se ela te conduz, não te cansarás;
se ela te é favorável, alcançarás o fim”.

Que diante de nossos desafios e temores e inspirados pelo pequeno trecho desta oração, o nome de Maria seja para os nossos lábios e corações uma fonte inesgotável de consolo e esperança, pois sabemos que, apesar das tempestades desta vida, Maria nos guia ao porto seguro que é seu Filho Jesus, que é nossa paz e felicidade.