No início deste mês de novembro, a Igreja celebrou a Solenidade de Todos os Santos, uma das festas mais especiais do calendário litúrgico, pois recorda a todos os que atingiram a plenitude do amor a Deus. Leia MaisSolenidade de Todos os SantosLadainha de Todos os Santos: rogai por nós!
Esta festa é um convite para que cada cristão recorde sua própria vocação à santidade.
Como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica, “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (CIC 2013). A santidade não é privilégio de alguns poucos eleitos, mas uma vocação universal, acessível a todos que buscam conformar sua vida a Cristo.
O Papa Francisco reforça este chamado em sua Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, afirmando: “O Senhor quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa” (GE 1).
A Solenidade de Todos os Santos celebra, portanto, a grande “comunhão dos santos” que a Igreja proclama no Credo, unindo em uma só celebração os santos já conhecidos e venerados ao longo da história, como São Francisco de Assis, Santa Teresa de Ávila e Santa Teresinha do Menino Jesus, aos milhões de outros cristãos que, de maneira silenciosa e anônima, viveram com fidelidade seu chamado batismal.
É uma solenidade que nos convida a contemplar a “multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Apocalipse 7,9) que hoje está reunida no céu, louvando a Deus.
Os santos são, para nós, modelos de uma vida que responde plenamente ao Evangelho e à vontade de Deus. Eles nos mostram que é possível viver de forma o amor, a misericórdia, a pureza e a fidelidade a Cristo em qualquer estado de vida ou profissão.
Cada santo, com sua história única, nos ensina que a santidade é acessível para quem, em cada dia, decide amar e servir a Deus e aos irmãos.
Ao olhar para a vida dos santos, vemos, como recorda o Papa Francisco, que eles “não são super-heróis” e sim pessoas de carne e osso que viveram seu chamado de forma fiel e amorosa, “vencendo o mal com o bem, o ódio com o amor, a ofensa com o perdão” (Angelus, 1º de novembro de 2013).
Esta solenidade, se estende a uma multidão que viveu em total humildade e simplicidade, sem ser conhecida ou reconhecida por sua vida de santidade. São aqueles que, com suas ações silenciosas, manifestaram o amor a Deus e aos irmãos de maneira discreta, vivendo muitas vezes em uma “santidade escondida” que, mesmo sem deixar rastros na história, deixou a marca do amor de Deus por onde passou.
O Papa Bento XVI, em uma catequese, lembrou que “a festa de Todos os Santos nos recorda também os ‘santos desconhecidos’, aqueles que talvez ninguém tenha recordado, mas que foram e são santos aos olhos de Deus, homens e mulheres que viveram o Evangelho na humildade e na simplicidade do dia a dia” (Angelus, 1º de novembro de 2006).
Esta festa nos lembra que somos todos chamados a ser “outros Cristos” no mundo, transformando-o com nossas ações, seja nas grandes obras ou nos pequenos gestos, realizando as tarefas comuns de cada dia. Assim, cada um de nós é convidado a se unir à multidão de santos e santas que viveram como discípulos autênticos do Evangelho de Jesus.
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