“De novo começou a ensinar à beira do mar. Reuniu-se junto dele uma grande multidão, de modo que, entrando numa barca, sentou-se nela, no mar, enquanto a multidão ficava em terra, à beira do mar. Ensinava-lhes muitas coisas em parábolas”. (Mc 4,1-2a)
Nesta nova série do A12, aproveitando que a Igreja no Brasil celebra o mês da Bíblia, vamos abordar os ensinamentos de Jesus, transmitidos de forma muito sábia por ricas e ilustrativas parábolas.
Leia MaisOs títulos de Jesus: Santíssimo RedentorOs títulos de Jesus: Filho UnigênitoVocê pode perguntar, por que o Filho de Deus em sua passagem terrena escolheu este modo com os discípulos e o povo que o cercava suas doutrinas e conhecimento? Será que foi essa a melhor maneira de comunicar a vontade do Pai?
“A palavra parábola significa, em geral, uma comparação ou um paralelo, pelo qual uma coisa é usada para ilustrar outra. É uma semelhança tirada da esfera de incidentes reais, sensíveis ou terrestres, a fim de transmitir um significado ideal, espiritual ou celestial”, diz a Enciclopédia Católica.
Ou seja, as parábolas são histórias imaginadas, tiradas da experiência comum, destinadas a transmitir ensinamentos vitais. Quanto ao seu desenvolvimento, encontram-se entre as simples sentenças, símbolos e até mesmo o cenário que os ouvintes de Cristo viviam naquela época.
“Chegando-se a ele os discípulos, disseram-lhe: ‘Por que razão lhes falas por meio de parábolas?’ Ele respondeu-lhes: ‘Porque a vós é concedido conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é concedido. Porque ao que tem lhe será dado (ainda mais), e terá em abundância, mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo em parábolas, porque vendo não vêem, e ouvindo não ouvem nem entendem" (Mt 13, 10-13)
Por que Jesus utilizou o exemplo do joio e do trigo?

Dentro da agricultura, é possível entender que no plantio, joio e o trigo são quase iguais em sua fase jovem, tem o talo rígido e podem crescer até um metro de altura. A diferença se torna mais evidente quando alcançam a fase adulta, quando é possível discernir pela cor e aspecto. As espigas do trigo são castanhas. Já as do joio têm a cor preta.
O trigo produz muito frutos e alimenta as pessoas. O joio não produz nada. É inútil e se ingerido é como veneno, é nocivo ao homem. No Evangelho de Mateus, Nosso Senhor utiliza este exemplo, muito comum para a população da Judeia e da Galileia, desta separação que é feita somente no momento da colheita.
“O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente em seu terreno. Na hora em que todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi embora. Quando o trigo cresceu e deu espigas, apareceu também o joio. Então os empregados procuraram o patrão e disseram: 'Senhor, não semeaste boa semente em teu terreno? Donde vem, então, o joio?'
Respondeu-lhes: 'Foi algum inimigo que fez isto!' E os empregados perguntaram: 'Queres que arranquemos o joio?' O patrão respondeu: 'Não! Para que não suceda que, ao colher o joio, arranqueis também o trigo. Deixai que os dois cresçam juntos até a colheita; e no momento da colheita direi aos ceifadores: ‘Arrancai primeiro o joio e ajuntai-o em feixes para ser jogado ao fogo; e recolhei depois o trigo a meu celeiro’”. (Mt 13,24-30)
Nesta parábola, Jesus deixa claro que o mal não vem de Deus, mas do inimigo, o maligno, que é astuto e semeia o mal no meio do bem, assim ficando difícil separá-los claramente, embora o justo Juiz seja capaz de fazê-lo. Mas não há necessidade em esperar que uma intervenção imediata pare o mal, porque Deus é paciente e misericordioso.
Os trabalhadores ficaram impacientes para logo separarem o joio, mas Cristo deu o exemplo que Deus Pai sabe esperar. Ele olha para o "campo" de nossa vida com paciência e misericórdia: vê muito melhor do que nós a sujeira e o mal, mas vê também os germes do bem e espera com confiança que eles amadureçam. Deus é paciente porque sabe que mesmo o coração que está manchado há muito tempo, por muitos pecados pode mudar e dar bons frutos.
Santo Agostinho, comentando esta parábola, ensina que "muitos, primeiro são joio e depois tornam-se trigo bom", e acrescenta: "Se eles, quando são malvados, não fossem tolerados com paciência, não chegariam à mudança louvável".
Jesus esclarece que o dono do campo não confunde o bem com o mal. Deus sabe o que é saudável e o que é prejudicial à saúde, mas não permite que os servos se precipitem para dar tempo à misericórdia. Cristo nos ensina a moderar o momento e a saber esperar: o que é ruim pode se transformar em algo bom. A conversão é possível e sempre há esperança de que isso aconteça.
Padre Fábio Evaristo reflete esta importante parábola
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