Espiritualidade

Caminhemos rumo a Terra Prometida, mudança do nosso interior

É preciso deixar o Egito do ódio e da soberba para chegarmos à terra prometida do amor e da humildade.

Maurício Ribeiro, coordenador dos coroinhas e acólitos do Santuário Nacional (Arquivo pessoal)

Escrito por Maurício Ribeiro

07 MAR 2024 - 15H58 (Atualizada em 07 MAR 2024 - 16H43)

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“Leva este povo, que trouxeste do Egito, para a terra prometida” (Ex 33,1), é o pedido de Deus a Moisés, que vendo o sofrimento do povo hebreu, ordena a ele que os guie rumo a uma terra onde jorra leite e mel.

Na Quaresma, a voz do Senhor também ressoa para nós, Ele quer nos tirar do Egito do ódio, da indiferença, da soberba, e nos levar a terra prometida de nós mesmos que é encontrar o amor, a humildade e esperança no nosso interior.

É hora de mudança sincera e significativa

A Quaresma nos pede um caminho de conversão, um caminho que passa pelo deserto. Mas é hora de pararmos de só escutar palavras bonitas de conversão e colocá-las em prática; basta de sermos cristãos que escutamos o Evangelho somente na missa, é hora de vivê-lo; chega de escutarmos que a Quaresma é um tempo de conversão e permanecermos nas nossas atitudes mesquinhas.

Meus irmãos! É hora de mudança sincera e significativa, pois, para chegarmos à Terra Prometida de nós mesmos é preciso deixar o Egito da raiva, da soberba, do ódio; abandonar o deserto da mesquinhez, da hipocrisia e do orgulho; passar pelo deserto não é fácil, é doloroso, mas é necessário, pois não existe vitória sem Cruz!

No deserto o povo murmurava contra Deus e diziam a Moisés que ele os havia tirado do Egito para morrer no deserto, pois lá não havia comida, nem bebida. Mesmo depois de libertados por Deus da escravidão, o povo estava insatisfeito. Diziam que não havia água nem comida, mas o que realmente faltou para eles foi a água da confiança e o pão da esperança. E se olharmos para nós, veremos que temos atitudes idênticas.

Quantas vezes Deus quer nos livrar dos males, da escravidão do pecado, e nós murmuramos contra Ele, pois preferimos a comodidade das coisas mundanas à Salvação.

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Jesus é a nova serpente que nos salva

Murmurar contra Deus é perder a confiança n’Ele e na sua promessa. Quando o povo caiu no pecado à murmuração, Deus enviou serpentes venosas para picá-los e muitos morreram. Quantas vezes, desiludidos e irritados, perecemos nos desertos da nossa vida, perdendo de vista a meta. Em algumas situações somos mordidos pela serpente da desilusão que injeta em nós o veneno do pessimismo, destruindo nosso entusiasmo e fazendo-nos desistir de caminharmos rumo à Terra Prometida, que é a mudança do nosso interior. O veneno do pessimismo nos leva ao fechamento da mudança, nos leva a acreditar que não somos capazes de mudar, de ser melhores, de nos converter, ele nos deixa paralisados na soberba.

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Porém, vendo as pessoas morrerem por causa do veneno das serpentes, Deus pede a Moisés para construir uma serpente de bronze e colocá-la numa haste, assim todo aquele que for picado e olhar para ela, viverá. Hoje, Jesus é a nova serpente que nos salva. Ele, erguido na haste da cruz, destruiu a serpente do pecado e da morte e se nós mantivermos nosso olhar fixado em Jesus Crucificado, as mordidas do mal nunca irão nos dominar.

Vamos ser doutorados em perdoar, em amar

Irmãos e irmãs, já paramos para pensar no nosso fim? Como será? Temos a sábia noção que estaremos num caixão e levaremos o que para lá, ódio, mágoas, rancor? A caminhada quaresmal nos convida a pensar nas nossas atitudes que precisão ser mudadas, não podemos deixar o veneno do ódio correr nas nossas veias, pois se ele chegar no nosso coração iremos bombear discórdia, não misericórdia.

O Evangelho é claro, “não julgueis e não sereis julgados, não condeneis e não sereis condenados, perdoeis e sereis perdoados; pois da mesma medida em que medirdes os outros, vós também sereis medidos”. (Mt 7, 1-2Será que estamos em sintonia com a Palavra de Deus? Ou melhor, será que estamos colocando-a em prática? Ou só estamos indo à missa, escutando o Evangelho, ouvindo a homilia e indo embora sem nos deixar tocar pelas Palavras de Salvação?

Na atualidade em que vivemos, muitos de nós temos doutorado em criticar, em julgar, em desfazer do outro. Poucos de nós temos o doutorado em perdoar, em amar, em dialogar, pouquíssimos de nós o temos. Por isso, é mais do que necessário que leiamos todos os dias essa frase do livro do Eclesiástico: “Lembra-te do teu fim e deixa de odiar” (Eclo 28, 1-9), por isso, procuremos ser doutorados no perdão, na concórdia, no amor, pois para que quando chegar o nosso fim não recebamos o ‘diploma’ da condenação eterna, mas sim o da Salvação.


Padre Pedro Cunha reflete sobre a Quaresma

Escrito por
Maurício Ribeiro, coordenador dos coroinhas e acólitos do Santuário Nacional (Arquivo pessoal)
Maurício Ribeiro

Maurício José Ribeiro Campos Felizardo tem 22 anos e mora em Aparecida. Atualmente, é coordenador dos cerimoniários e coroinhas do Santuário Nacional, e estudante do último ano de licenciatura em Matemática na UNESP (FEG) em Guaratinguetá.

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