Espiritualidade

Memória dos Fiéis Defuntos

“E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap. 21,1).

Escrito por Redação A12

02 NOV 2021 - 09H05

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Ao recordar a memória dos Fiéis Defuntos, Igreja convida os cristãos a elevar a Deus preces por àqueles que adormeceram na esperança da Ressurreição em Cristo (Jo 11,25-26). A morte não tem nenhum poder sobre a vida para aqueles que creem em Deus (Jo 6,40).

A vida não termina onde aparece a morte. São Paulo nos encoraja para não nos entristecermos diante da morte, mas ter esperança (cf. 1Ts, 4, 13-14). Pois o Senhor nos dará como prêmio a vida eterna (2Tm. 4,7-8).

O prefácio da liturgia dos fieis defuntos confirma a oração da Igreja peregrina que espera em Cristo a ressurreição:

“Nele brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição. E, aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Senhor, para os que creem em vós, a vida não é retirada, mas transformada. E, desfeito nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível” (Missal Romano – Prefácio I).

Ao recordar os nossos entes queridos nesta memória, nosso coração se entristece e nos vemos revestidos de luto, pois, como seres humanos, nunca estamos preparados para a partida de alguém que amamos. No nosso interior, às vezes paira certa luta com Deus em meio a tantos questionamentos. É o egoísmo humano, a falta de compreensão dos desígnios de Deus em relação à vida terrena. Cada pessoa tem seu tempo, conforme relata a Sagrada Escritura (Ecl 3,1-8). Deus é quem planeja a vida humana; então, Ele é o autor, sabe e faz tudo no tempo certo, e nós nunca compreenderemos os seus mistérios (Ecl 3,11).

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A saudade é o maior dos sentimentos que carregamos no coração. Ela se traduz em lágrima, que escorre pela face sem nenhum receio. Cada gota de lágrima é expressão de um sentimento. É desejo de comunicar. Porém, são palavras não ditas que queimam a alma sedenta de reencontro, recordações, amor, ausência, saudade... Tudo seria diferente se voltasse no tempo!

A celebração da memória dos fiéis defuntos, além do dia oracional para aqueles que partiram para a eternidade, é um convite para refletirmos sobre a nossa vida, a nossa atitude, a nossa fé, por fim, o nosso encontro com Deus, pois a qualquer momento seremos chamados e devemos ir ao Seu encontro com a mesma alegria de Paulo de Tarso:

“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia” (2 Tm 4,7-8)

O Papa Francisco, em sua homilia na Casa Santa Marta, afirmou que "a Igreja quer que os homens pensem na morte, porque este chamado ‘acontecerá’. Por isso, a Igreja atualmente nos diz: ‘Pare um pouco, pare e pense na morte’”.

Ao fazer memória dos fiéis defuntos, que esta celebração não fique apenas como recordação dos falecidos, como um dia de levar flores aos jazigos, como um dia de passeio para muitos. Mas que seja um dia de intensa oração e meditação sobre a vida, a nossa morte, nosso encontro com Deus, e que estas meditações possam nos ajudar a sermos mais humanos e mais santos.

O Papa Francisco nos recorda que:

Hoje talvez seja o último dia, não sei, mas farei bem meu trabalho. Pensar na morte não é uma fantasia ruim, é uma realidade. Se é feia ou não é feia, depende de mim, como eu a penso, mas que ela chegará, chegará. E ali será o encontro com o Senhor, esta será a beleza da morte. Será o encontro com o Senhor, será Ele a vir ao seu encontro, será Ele a dizer: ‘Vem, vem abençoado do meu Pai, vem comigo’”.

Que as nossas orações cheguem aos céus como o perfume do incenso (Sl, 141,2; Ap. 8,3) e sejam aceitas em benevolência aos nossos irmãos falecidos. Que Deus conceda-lhes a luz e paz no convívio dos santos.

Dê-lhes, Senhor, a felicidade eterna! E brilhe para eles a vossa luz!

Ir. Carlos José da Cunha, C.Ss.R.
Graduado em Teologia e Administração
Pós-Graduado em psicologia Organizacional

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