Espiritualidade

Não sejamos como Pôncio Pilatos na vida das pessoas

O tema da Campanha da Fraternidade nos propõe praticar a amizade social

Escrito por Andreza Galvão

22 MAR 2024 - 15H43 (Atualizada em 22 MAR 2024 - 16H23)

artin1/ Shutterstock

Pôncio Pilatos ficou eternizado na história pelo ato de “lavar as mãos” diante da situação do julgamento de Jesus, simbolizando a atitude de não querer se envolver e, muito menos, se comprometer com as ações cruéis que as pessoas propunham para o Cristo.

“Vendo que nada adiantava e que o tumulto aumentava cada vez mais, Pilatos mandou trazer água e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo: 'Não sou responsável pela morte deste justo; isto é lá convosco!'” (Mt 27,24)

Este caso, que aconteceu há mais de dois mil anos, muitas vezes acontece ainda nos dias atuais. Quantas vezes nós nos deparamos com injustiças na vida e, por mais que fiquemos indignados com aquilo, não fazemos nada, somos incapazes de nos mover para combater aquilo. Todas as vezes que fazemos isso, estamos sendo como Pôncio Pilatos na vida da pessoa que necessita de ajuda; estamos “lavando nossas mãos” nas águas da desigualdade, do desrespeito e da iniquidade.

Não é isso que Deus espera de nós. O tema da Campanha da Fraternidade deste ano nos propõe praticarmos a amizade social, isto é, ter o amor como base da relação entre as pessoas e os povos. É sempre lembrar e considerar o próximo como irmão, independente de suas escolhas, sua cultura e sua origem.

A amizade social é um convite profundo para refletirmos e fazermos um exame de consciência sobre como podemos ajudar o próximo, melhorando a nossa vida pessoal e comunitária. Vivemos em sociedade e não podemos fechar nossos olhos diante dos problemas sociais que assolam os seres humanos, como a fome e o preconceito.

“Este é meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.” (João 15, 12)

Assim como Pilatos ficou marcado por sua tentativa de tirar a responsabilidade de si, nos recordemos do pobre cireneu, que quando Jesus caiu, ele o ajudou a se levantar e a seguir com a cruz no árduo caminho do Calvário. Enquanto Pilatos simboliza historicamente a isenção e a omissão, Simão de Cirene representa a solidariedade e a empatia ao compartilhar do fardo do outro.

Que nesta Semana Santa que se inicia, possamos aprender a ser como Cireneu, nos tornando a representação de ajuda e apoio aos irmãos em momentos de dificuldade.

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Por Andreza Galvão, em Espiritualidade

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