Nos últimos tempos, alguns líderes políticos do Ocidente vêm falando (ou mencionando) a "cristofobia" como um problema existente na realidade de hoje.
Como qualquer fobia, que se caracteriza como um medo ou um ódio irracional para com alguma coisa, a "cristofobia" poderia se definir, justamente, como um medo ou um ódio irracional aos cristãos e ao cristianismo como uma religião.
Com isso, surge a pergunta: será que realmente existe isso no mundo de hoje? Num mundo que fala tanto da tolerância, do respeito e da liberdade de pensamento e expressão, é possível que exista uma fobia contra os cristãos?
Para tentar responder a isso, me parece que vale a pena primeiro vermos alguns números e algumas estatísticas. Segundo a ONG Open Doors USA, uma organização que apoia cristãos perseguidos no mundo inteiro, no período de um ano (entre 31 de outubro de 2017 até 01 de novembro de 2018) 245 milhões de cristãos experimentam altos níveis de perseguição, contando somente com os cristãos nos 50 países onde os cristãos são considerados mais perseguidos. Desses 245 milhões, mais de 4000 foram mortos por causa da sua fé, e mais de 1200 igrejas cristãs foram atacadas.
Leia MaisIntolerância, tolerância e prudênciaAgora, alguém poderia dizer que quase todos esses 50 países são países da Ásia, África e do Oriente Médio, e é verdade (somente a Colômbia, dos países das Américas, entra na lista). Porém, será que a cristofobia se manifesta unicamente e somente na perseguição que possa ser exteriormente analisada e categorizada? É possível falar de uma espécie de perseguição, ou pelo menos de uma falta de tolerância, mais sutil, que muitos cristãos do Ocidente experimentam hoje?
Um exemplo concreto de repente pode nos iluminar um pouco. No ano de 2017, numa audiência com a Juíza Amy Coney Barrett (recentemente escolhida para formar parte da Corte Suprema dos Estados Unidos), a Senadora Dianne Feinstein falou para ela que “the dogma lives loudly in you” ("o dogma vive alto em você"), manifestando preocupação de como as crenças religiosas da católica, mãe de 7 filhos, iria influenciar as decisões dela como juíza. Muitos outros ecoaram essa preocupação de Feinstein naquele momento, e muitos mais compartilharam essa visão no ano de 2020, quando ela saiu como candidata favorita para a Corte Suprema.
Diante desse exemplo, e de inúmeros outros exemplos que poderíamos dar, não será que podemos ver essa cristofobia? Não será que uma certa fobia aos valores cristãos vive silenciosamente e sutilmente na nossa sociedade do Ocidente, espalhando-se lentamente como um câncer no corpo? A verdade é que, às vezes (e somente em alguns), os que mais proclamam a tolerância total são os menos tolerantes diante daqueles que pensam diferente.
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