Vivemos tempos em que a tecnologia avança rapidamente, trazendo benefícios, mas também desafios éticos e espirituais profundos.
Entre as questões que emergem, vemos hoje relatos de pessoas que vendem o registro da própria íris em troca de dinheiro, sem compreender totalmente as implicações dessa decisão.
Isso nos leva a refletir: até que ponto estamos dispostos a negociar partes daquilo que Deus nos concedeu de forma única e irrepetível?
Desde a criação, Deus conferiu ao ser humano uma dignidade especial, fazendo-nos à Sua imagem e semelhança (Gn 1,27). Isso significa que não somos apenas organismos biológicos, mas portadores de uma identidade espiritual que nos distingue de toda a criação.
São João Paulo II afirmava que “o homem é a única criatura que Deus quis por si mesma” (Redemptor Hominis, 10), ou seja, nossa existência não é acidental nem comercializável.
Quando a tecnologia nos leva a considerar o corpo como algo negociável, caímos num terreno perigoso. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “a pessoa humana deve ser sempre tratada como um fim em si mesma e nunca como um meio” (CIC 2297).
Mas será que temos vivido com essa consciência?

Jesus veio para restaurar em nós a dignidade ferida pelo pecado. Ele não apenas nos ensinou sobre o valor da vida humana, mas nos resgatou a um preço infinito: Seu próprio sangue derramado na cruz (1Cor 6,20). Quando compreendemos esse dom, percebemos que nossa identidade não pode ser reduzida a um código biométrico, uma digital ou uma íris escaneada.
O Papa Francisco alerta constantemente para os perigos de uma “cultura do descarte”, na qual as pessoas se tornam objetos de consumo e lucro. Ele nos chama a resistir à mentalidade que mede o valor humano por critérios econômicos:
“A dignidade de cada ser humano tem um caráter essencial, não pode ser suprimida nem explorada.”
Fratelli Tutti, 107
Se Cristo nos salvou para a liberdade, por que nos sujeitaríamos a novas formas de escravidão disfarçadas de modernidade?
Diante dessas realidades, o que podemos fazer para proteger a dignidade da nossa identidade e do nosso corpo? Algumas atitudes práticas podem nos ajudar:
1. Valorize-se além do material — Nenhuma necessidade financeira justifica a comercialização de sua identidade. Confie que Deus provê o necessário e busque caminhos éticos para sua vida.
2. Informe-se antes de ceder seus dados — As consequências do uso de dados biométricos ainda não são totalmente compreendidas. Preserve sua privacidade e segurança.
3. Cultive uma espiritualidade concreta — Lembre-se de que seu corpo é “templo do Espírito Santo” (1Cor 6,19). O que fazemos com ele reflete nossa relação com Deus.
4. Resista à cultura do utilitarismo — O valor de uma pessoa não está no que ela pode oferecer ao mercado, mas no simples fato de ter sido criada e amada por Deus.
5. Reze por discernimento — Peça a Deus sabedoria para entender os desafios do tempo presente e coragem para tomar decisões que respeitem a dignidade humana.
A tecnologia não é um mal em si, mas precisa estar a serviço do bem. Como cristãos, temos a missão de lembrar ao mundo que cada ser humano possui um valor inegociável.
Que possamos, com coragem e fé, ser testemunhas desse amor de Deus por nós, defendendo a dignidade humana em todas as suas dimensões.
Fonte: G1, Vatican News, GZH
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