Espiritualidade

Santa Maria, Mãe de Deus, conduz encontro com o Filho Amado

João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)

Escrito por João Antônio Johas Leão

26 DEZ 2021 - 14H09 (Atualizada em 30 DEZ 2022 - 15H59)

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Começamos o ano civil com a celebração de Santa Maria Mãe de Deus.

O ano litúrgico já começou com o Advento e a celebração do Natal. E começar o ano colocando-o nas mãos de Maria, mãe de Deus e nossa mãe, parece ser um hábito muito bom, porque quem melhor que uma mãe para cuidar dos nossos passos, prevenir as nossas quedas e estender uma mão quando de fato caímos?

Foi isso que Maria fez por Jesus esses anos todos que cuidou de sua educação. E é isso mesmo que Ela faz conosco durante toda a nossa vida: Ela cuida da nossa educação, da nossa criação como filhos e filhas de Deus.

Maria foi para Jesus o canal pelo qual ele conheceu a tradição do seu povo. Por Ela conheceu as escrituras, a maneira de se dirigir a Deus, a maneira de adorá-Lo. Por meio dessa educação na fé, Jesus foi crescendo em consciência de quem era e de sua missão, a ponto de que aos 12 anos, pareceria ter as coisas já bem claras, quando foi encontrado na sinagoga com os mestres da Lei e ao chamar Deus de seu Pai.

Leia MaisPrepare-se para receber a Indulgência PlenáriaO caso de Jesus é único e não gostaria de me aventurar mais a descrever os meandros dessa educação com medo de falar alguma coisa errada.

Mas em linhas gerais, o que Maria fez para Jesus, todas as mães estão chamadas a fazer pelos seus filhos.

E essa presença maternal é realmente fundamental em um mundo que parece se afastar cada vez mais de Deus, esquecendo-se d'Ele, colocando-o em segundo plano.

Na Bíblia temos outros exemplos de famílias nas quais as mães e avós se encarregaram de transmitir o núcleo da tradição de seu povo, como vemos em Timóteo e sua avó Lóide.

Se muitas vezes faltam mães que se preocupem com isso, Maria não vai deixar de preocupar nunca. Ela é realmente nossa mãe espiritual, e com seu estilo silencioso, nos conduz a um encontro cada vez mais pleno com seu Filho Jesus. Quando Ele estava sendo crucificado, em suas últimas palavras, confia sua mãe a João (E em João à humanidade inteira) e, ao mesmo tempo, confia João a Maria.

Muitas vezes se fala que a maternidade espiritual de Maria é como o testamento de Jesus para a humanidade. João acolheu Maria em sua casa desde esse momento. O que significa dizer que também a acolheu interiormente, como algo precioso. Se não podemos mais abrigar Maria fisicamente, espiritualmente ainda podemos acolhê-la como nossa Mãe, como nossa intercessora.

Alguns tem medo de que Maria pode tirar espaço de Jesus. Isso não pode estar mais longe da realidade. O que acontece de fato é que quanto mais olhamos para Maria, mais vemos que ela nos aponta para seu Filho Jesus. O olhar nunca termina nela, sempre se eleva a Deus.

Vemos isso de maneira belíssima quando Isabel a chama Mãe de meu Senhor e ela, longe de se envaidecer, proclama o Magnificat, hino de grandíssima humildade que acolhe o cumprimento de Isabel e o eleva a Deus.

Não tenhamos medo de colocar-nos totalmente nos braços de Maria nesse ano novo que vai começar. Ela como mãe que é saberá nos conduzir nesse novo tempo pelos caminhos de Deus. Caminhos esses que, muitas vezes, são inesperados, porque não conseguimos enxergar com clareza os desígnios de Deus, mas que confiamos ser o melhor dos caminhos para uma vida santa, feliz e que aponte para o destino final que é o encontro pleno com Deus no céu.

Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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