Escondida entre as montanhas, existia uma aldeia. A dois km dela havia um entroncamento de três estradas. Na primeira, estava uma placa com a palavra: “Vila” e uma flecha. Na segunda também havia uma placa com a flecha e a palavra: “Mar”. Na terceira estrada, a placa trazia apenas as palavras: “Para lugar nenhum”.
As pessoas só viajavam pelas duas primeiras estradas. Ninguém ousava seguir aquela que levava a “lugar nenhum”.
Jane, uma menina da aldeia, não se cansava de perguntar para onde ia aquela estrada, mas recebia sempre a mesma resposta: “A lugar nenhum”. Jane pensava com seus botões: Se há uma estrada, ela deve levar a um lugar onde moram pessoas.
Um dia, a menina fugiu da aldeia e pegou aquela estrava. Andou várias horas. Atravessou colinas, vales, riachos e belas cachoeiras. E continuava em frente.
Até que avistou um cão e disse a si mesma: Se há um cachorro, deve haver uma casa ou pelo menos alguém por perto. Com um misto de medo e curiosidade, pôs-se a seguir o cachorro. Ele a conduziu por um caminho que dava numa casa escondida no meio de um bosque frondoso. Uma senhora idosa morava na casa. Ela disse a Jane:
“Entre na minha casa. Ela é bonita e cheia de tesouros. Esperei durante muitos anos para que alguém viesse visitar-me.” Mostrou a Jane a sua casa repleta de tesouros e disse:
- Você pode levar o que quiser. É o agradecimento por ter me visitado.
Carregada de ouro e joias, Jane se despediu da boa senhora. O cachorro a conduziu de volta à estrada e ela voltou à aldeia.
Nesse meio tempo, os aldeões ficaram preocupados com Jane, convencidos de que algo terrível lhe teria acontecido. Por isso ficaram surpresos ao vê-la carregando aqueles tesouros. A menina contou-lhes o que acontecera.
Ávidos de ganhar algum tesouro, os aldeões viajaram pela estrada “que não leva a lugar nenhum”. Caminharam durante dias e noites, mas não chegaram a lugar nenhum. Não encontraram o cachorro, nem a casa, nem a velhinha. E voltaram desapontados.
Acusaram Jane de tê-los enganado. Ela balançou a cabeça e disse calmamente:
- Eu não fui em busca de tesouros mas de pessoas. Por isso que ganhei este tesouro.
Quem vai ao encontro do próximo, sempre encontra um tesouro, pois o ser humano trás uma riqueza quase infinita. “Que coisa é o homem, para dele te lembrares, que é o ser humano, para o visitares? Tu o fizeste só um pouco menor que um deus, de glória e honra o coroaste” (Sm 8,5-6).
(Fonte: Peter Ribes, sj)
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