Certa vez, um rei morreu, e a família real pediu aos monges que ele fosse enterrado no cemitério particular deles, que fica dentro do terreno do mosteiro, o qual é cercado de muros.
O abade permitiu, mas colocou uma condição: No momento em que ele atravessar o portão do mosteiro, não será mais a sua majestade o rei, mas um simples defunto. E explicou: Aqui todos os defuntos são iguais. A família concordou.
O portão era de placas de ferro, totalmente fechadas, sem visão do outro lado.
Na hora do enterro, um monge ficou esperando do lado de dentro. Quando o cortejo fúnebre chegou junto ao portão, o general chefe do exército bateu. O monge perguntou, lá de dentro: “Quem é?” O general respondeu: “É o corpo do nosso rei, fulano de tal”. “Não o conheço”, respondeu o monge.
Veio o primeiro ministro e disse: “Sr. monge, eu sou o primeiro ministro do reino. Trouxemos o corpo do nosso digníssimo rei, fulano de tal, que ajudou tanto este mosteiro!” O monge respondeu: “Não conheço”.
Diante do impasse, foram falar com a rainha, que estava lá atrás, junto ao caixão. Foi ela que havia combinado o enterro com o abade. A rainha disse: “Deixem, que eu sei por quê”.
Aproximou-se do portão, bateu e o monge perguntou, lá de dentro: “Quem é?” Ela disse: “É um defunto para ser enterrado”. Na hora, o monge abriu o portão e iniciou a reza do terço pela alma do falecido.
E o rei foi enterrado da mesma forma em que sepultavam os monges falecidos, sem nenhuma distinção.
“Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar” (Cf Gn 3,19).
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