A Agência Brasil divulgou os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o aumento das etnias e línguas indígenas faladas no Brasil, no último dia 24 de outubro. A partir das novas informações, o órgão afirma ser possível elaborar e pensar novas políticas públicas mais adequadas a cada povo indígena.
Esses dados impactam também a Pastoral Indígena e Indigenista, ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que busca fortalecer a convivência fraterna, promover o diálogo intercultural e defender a vida, a dignidade e os direitos desses povos.
Estes números poderão servir de auxílio para a Igreja mirar novos horizontes de atuação pastoral, já que, dentre seus objetivos, está o desenvolvimento do trabalho com as aldeias a partir das paróquias e Dioceses e promover a integração entre as diversas etnias e o diálogo indigenista.
Segundo a Agência Brasil, o IBGE apontou que existem hoje 391 etnias e 295 línguas indígenas faladas no país, a partir do Censo Demográfico de 2022, enquanto em 2010 os números eram de 305 etnias e 274 línguas.
Além disso, atualmente a população indígena soma 1.694.836 pessoas presentes em 4.833 municípios, representando 0,83% dos habitantes do Brasil. O Instituto afirmou ainda que, em 12 anos, o número de indígenas aumentou 88,82%.
As etnias mais populosas são:
Tikuna – 74.061 pessoas
Kokama – 64.327
Makuxí – 53.446
As línguas mais faladas são:
Tikúna – 51.978 falantes
Guarani Kaiowá – 38.658
Guajajara – 29.212
O levantamento mostra também uma mudança importante: em 2010, 63,78% dos indígenas viviam em áreas rurais, já em 2022, 53,97% estão em áreas urbanas. São Paulo é a cidade com maior diversidade étnica (194 etnias), seguida de Manaus, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador.
O Portal A12 conversou com Alcilene Bezerra, vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), principal organismo vinculado à CNBB, responsável por coordenar a ação pastoral no país.
Alcilene afirmou que o órgão ainda analisa de forma mais detalhada os novos dados do IBGE, mas considera o levantamento um retrato importante da pluralidade do país.
Segundo ela, o aumento no número de indígenas reflete tanto o fortalecimento das mobilizações por direitos desde a Constituição de 1988 quanto o crescente movimento de autodeclaração e afirmação identitária dos povos originários.
"É urgente pensar políticas públicas que contemplem principalmente a realidade dos povos indígenas que vivem em contexto urbano; a defesa e proteção dos territórios demarcados", disse.
Alciene destacou que ainda há um grande desafio de compreensão por parte do governo e da sociedade sobre quem são os indígenas das cidades, já que muitos enfrentam preconceito e invisibilidade por não viverem em aldeias.
Para ela, é necessário que as políticas de saúde, educação, moradia e representação política sejam adaptadas à realidade de cada grupo, garantindo o pleno exercício da cidadania e o respeito à diversidade cultural.
Além disso, a vice-presidente chamou atenção para a situação de comunidades cujos territórios foram cercados pelo avanço urbano e para o aumento das violências registradas no relatório do CIMI, que apontou:
Por fim, ela destacou quais são as pautas mais recentes do organismo:
"Além dos desafios citados no texto acima, é preciso destacar nesse sentido, que as principais demandas no novo contexto político e da política indigenista, continuam relacionadas com a questão territorial. Principalmente na luta por direitos e defesa da vida dos povos originários".
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Fonte: Agência Brasil
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