Por Luciana Gianesini Em Igreja Atualizada em 05 NOV 2019 - 14H19

Direitos Indígenas: “A hora da retomada irá chegar”, afirma Vice-Presidente do CIMI

Na última sexta-feira (01), os jornais noticiaram mais um assassinato de indígena no Brasil. Paulo Paulino Guajajara, de 26 anos, foi morto em Arariboia, no Maranhão, sob circunstâncias ainda não esclarecidas.

Para a irmã Lúcia Gianesini, vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), órgão da Igreja dedicado à defesa dos povos indígenas, “trata-se de uma consequência da política de ódio pela qual o país atravessa”. Ela credita essa violência ao que classifica como “um momento difícil, obscuro, resultante do processo de corrosão das políticas públicas, especialmente daquelas voltadas a populações historicamente massacradas e que, nas palavras do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, ‘não terão um centímetro a mais de terras’”.

Para a missionária da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, no entanto, não se deve perder as esperanças de que a hora da retomada dos direitos indígenas irá chegar. Eleita em setembro, a religiosa deverá ficar na vice-presidência do CIMI pelos próximos quatro anos, ao lado do arcebispo da Diocese de Porto Velho (RO), Dom Roque Paloschi.

Tiago Miotto/ Cimi
Tiago Miotto/ Cimi
Da esq. para a dir.: Dom Roque, Irmã Lúcia e Antonio Eduardo (secretário executivo)


Irmã Lúcia ainda falou sobre o aumento dos assassinatos contra indígenas no último ano – 25 a mais que no ano anterior. “Os nossos povos indígenas enfrentam um substancial aumento da grilagem, do roubo de madeira, do garimpo, das invasões e até mesmo da implantação de loteamentos em seus territórios tradicionais. A disputa crescente por estas áreas atinge um nível preocupante, já que coloca em risco a sobrevivência de diversas comunidades indígenas no Brasil”.

Aliado a isso, a missionária acredita que o desmantelamento de órgãos como a Funai e o Ibama contribuíram para o aumento da vulnerabilidade destes povos. A vice-presidente do CIMI destaca que não basta somente apurar as mortes como a de Paulo Guajajara, mas, sim, denunciar todo e qualquer incentivo às violações territoriais, como invasões e incêndios. O relatório “Violência contra Povos Indígenas no Brasil”, do CIMI, aponta que, somente entre janeiro e setembro deste ano, foram 160 casos de invasão, em 19 estados brasileiros.

Fonte: Diário Catarinense

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