Há 52 anos, São Paulo VI sofria um atentado nas Filipinas

"Mas, antes de tudo isso, lançarão as mãos sobre vós e vos perseguirão. Sereis entregues às sinagogas e às prisões, arrastados perante reis e governadores por causa de meu nome". (Lc 21,12)

Na história da Igreja, muitos santos, beatos e leigos são perseguidos por causa da fé em Cristo. Isso acontece também com os papas.

Leia MaisConselhos de São Paulo VI para o devoto de AparecidaPapa Paulo VI e a Tiara Papal Dos casos mais conhecidos, temos o atentado a São João Paulo II em 13 de maio de 1981, quando pontífice passava em um carro aberto cumprimentando os fiéis, no dia da Audiência Geral e foi atingido por dois tiros disparados pelo turco Mehmet Ali Ağca, integrante de um grupo extremista.

Outro Santo Padre que também sofreu um atentado foi São Paulo VI, que em 27 de novembro de 1970, quando visitava a Ásia e a Oceania, para conhecer as pessoas que vivem do outro lado do mundo, com uma mensagem que esclarecia o significado de enculturação da fé e do enriquecimento para a comunhão de toda a Igreja Católica.

Na última viagem do seu pontificado, ao pousar no aeroporto de Manila, capital das Filipinas, foi abordado por um pintor boliviano, Benjamin Mendoza y Amor, que estava vestido de padre, que segurava um crucifixo dourado em uma mão e, na outra, escondida por um pano, um kriss (punhal malaio).

Paulo VI foi ferido no pescoço, felizmente protegido pelo seu colarinho rígido, e outro golpe no peito, perto do coração.

"Se estou bem lembrado, depois das saudações às personalidades ... vi de modo confuso um homem... que impetuosamente vinha na minha direção. Pensei que era um dos muitos que queriam me cumprimentar ou beijar minha mão, ou dizer algo... Assim que chegou em minha frente, ele me deu com as duas mãos, duas fortes punhaladas no peito, e logo depois mais duas, tão forte que senti o violento golpe”, disse o próprio Papa em nota escrita no mesmo dia.

O arcebispo norte-americano Paul Marcinkus foi quem impediu o homem de esfaquear o papa novamente.

Em agradecimento por sua coragem e por tê-lo salvado, São Paulo VI presenteou o arcebispo com um cálice que usou em 28 de novembro de 1970, em uma missa de ordenação de vários sacerdotes. O cálice está atualmente preservado em um seminário em Chicago (Estados Unidos).

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Somente ao chegar na Nunciatura Apostólica das Filipinas, o papa viu que estava ferido.

"Pude me despir, e então percebi que a camiseta de baixo suada tinha uma grande mancha de sangue no peito, devido a uma pequena ferida, bem perto da região do coração, superficial e indolor: a camiseta tinha contido a hemorragia, que não era copiosa. Outra ferida, ainda menor, quase um arranhão apareceu, à direita, na base do pescoço", disse o Santo Padre.

Paulo VI ainda agradeceu pelas preocupações após a repercussão do atentado e falou do atendimento médico.

"Logo fui medicado pelo atento e sempre pronto Doutor Mario Fontana, as duas feridas foram fechadas e tratadas nos dias seguintes, e logo sararam. Uma pequena aventura de viagem, um pouco de barulho no mundo (soube que na Itália, quando chegou a notícia, o Parlamento suspendeu a sessão) e grande gratidão aos que se interessaram por mim; mas sobretudo graças ao Senhor que me quis seguro e me permitiu a continuação da viagem".

Em seu primeiro discurso nas Filipinas, o papa Paulo VI tinha dito que “o objetivo de nossa visita a Manila é de ordem espiritual e apostólico. Nossa felicidade será imensa se, com essa viagem, os fiéis católicos reafirmarem sua fé para manifestá-la de maneira sincera e coerente; se forem estimulados na busca dessa feliz fusão de sua herança religiosa com as novas demandas de um mundo moderno”.

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Fonte: Vatican News