Igreja

A esperança da Igreja: o incentivo à vocação leiga

Comunidades e congregações abrem cada vez mais espaço para os leigos viverem a vocação e contribuírem na vida e missão

Escrito por Alberto Andrade

12 SET 2022 - 14H54 (Atualizada em 25 AGO 2023 - 13H59)

Thiago Leon

Em seus números totais, acontece um fenômeno preocupante na Igreja Católica: de 2020 para 2021, o número de católicos batizados no mundo aumentou 1,3%, ultrapassando os mais de 1,37 bilhão de fiéis ao redor do mundo.

Leia MaisLeigos e leigas poderão votar no Sínodo dos BisposFranz de Castro, leigo brasileiro pode se tornar beatoO mesmo levantamento, Anuário Pontifício de 2023, realizado pelo Vaticano, revelou uma sensível queda no número de Padres, Bispos, religiosos e religiosas de maneira generalizada, ainda que com diferenças regionais.

Isso mostra que é constatado um certo "desequilíbrio pastoral”, uma vez que há mais fiéis e menos pastores.

O que é possível fazer?

A resposta está no próprio povo de Deus. Está crescendo o número de batizados que compreendem sua vocação e se comprometem com a vida e a missão da Igreja. Assumem tarefas e ocupam espaços nas comunidades e na sociedade. Em muitos lugares em que há falta de sacerdotes e religiosos, leigos e leigas são presença ativa e atuante da Igreja.

Na Igreja no Brasil, no último domingo de agosto (27), preces, agradecimentos e orações serão direcionadas para quem exerce as vocações leigas. Para quem não sabe, os leigos correspondem às pessoas que exercem um papel ativo na Igreja.

São, dessa maneira, responsáveis por pastorais, movimentos jovens e missionários, questões paroquiais e muito mais.  A importância desta vocação é tamanha para a Igreja, que o Papa Francisco determinou que no Sínodo para a Sinodalidade, em outubro de 2024 em Roma, alguns leigos e leigas, nomeados diretamente pelo Santo Padre terão direito a voto.

O leigo tem como vocação própria, procurar o Reino de Deus exercendo funções no mundo, no trabalho, mas ordenando estas funções segundo o plano e a vontade de Deus. Cristo os chama a ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13-14), lema do Ano do Laicato, promovido pela Santa Sé entre novembro de 2017 e novembro de 2018. O leigo deve ser testemunha de Cristo aonde o sacerdote não chega.

Ele deve levar a luz de Cristo aos ambientes de trevas, de pecado, de injustiça, de violência, enfim, ao mundo de hoje com suas virtudes e mazelas. Assim, no mundo do trabalho, levando tudo a Deus, o leigo contribui para o louvor do Criador. Ele constrói o mundo pelo trabalho, e assim coloca na obra de Deus a sua assinatura.

Opus Dei
Opus Dei


Igreja incentiva a participação dos leigos

A Constituição Apostólica Praedicate evangelium, proposta pelo Papa Francisco em junho deste ano, autorizando a liderança de Leigos e Leigas nos dicastérios vaticanos, cargos que até então eram reservados aos Bispos. Essa medida mostra um sinal claro do Papa fortalecendo a participação efetiva do laicato na vida da Igreja e, também nos espaços de decisão.

Esta abertura também é realizada por congregações e institutos católicos. Leigos e leigas envolvidos com os carismas, que se se organizam em associações, realiza formações e fazem compromissos de viver a mesma espiritualidade e se engajar na missão.

João Luis Fedel Gonçalves, integrante da província dos Maristas, mestre em exegese bíblica e especialista em Identidade, Missão e Vocação mostra um exemplo na sua congregação desta abertura realizada, a partir do testemunho de seu fundador, Padre Marcelino Champagnat.

"Até 2024, acontece em todo o mundo Marista, presente em 80 países, o Fórum Internacional sobre a Vocação Marista Laical. O objetivo é refletir sobre as trilhas formativas e pensar formas de associação e de vida comunitária. Esse é um caminho que está sendo feito junto com os Irmãos Maristas, a partir do último Capítulo Geral do Instituto, em 2017. Naquela época, o Capítulo já previa: o futuro dos Maristas de Champagnat é um futuro de comunhão entre vocações religiosas e Laicais”, disse.

Em vários documentos e comunicações aparece a expressão “Maristas de Champagnat”. Quem são? Todas as pessoas que participam do mesmo carisma e missão: Irmãos, Leigas e Leigos, colaboradores, famílias, crianças e jovens.

“Não se tem uma vocação; a pessoa é vocação. Ao entrar no terreno do ser, a vocação engloba a totalidade da pessoa. Assim podemos entender que a busca da própria vocação coincide com a busca da felicidade, somente conhecida a partir da experiência do amor: experiência de amar e sentir-se amado por Deus e pelos demais”, relata o Irmão Ernesto Sanchez, Superior Geral do Instituto Marista.


Padre Ferdinando Mancílio, C.Ss.R. reflete sobre a vocação do leigo na Igreja


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