No dia 10 de agosto a Igreja comemora o ‘dia do diácono’, na festa de São Lourenço, diácono e mártir. O diaconado é uma vocação ministerial, seu nome vem do termo ‘diaconia’ que significa serviço. O ministério diaconal possui três dimensões: o serviço da Palavra de Deus, o serviço da Caridade e o serviço da Liturgia.
Os diáconos podem ser transitórios ou permanentes. O diaconado transitório é o primeiro grau do Sacramento da Ordem. Os diáconos transitórios permanecem por um período específico até completar sua formação e serem ordenados padres. O diácono permanente é a expressão do ministério ordenado colocado o mais próximo possível da realidade laical e do protagonismo dos leigos.
Para este dia especial, o A12 entrevistou Zeno Konzen, diácono permanente da Diocese de Novo Hamburgo no Rio Grande do Sul, que está atualmente na presidência da Comissão Nacional dos Diáconos.
A entrevista aborda a realidade do diaconado permanente com ênfase no trabalho realizado pela Comissão Nacional dos Diáconos (CND).
Foto de: A12/Rosane Pereira.
Diácono Zeno faz a proclamação do Evangelho em missa da Assembleia dos Bispos em 2014, no Santuário Nacional.
A12 – Neste dia 10, a Igreja celebra o dia do Diácono. Como ocorre o chamado ao Diaconado Permanente?
Diácono Zeno Konzen – Conforme o Documento da CNBB 96 no número 130, onde se lê: A vocação é condição basilar e primeira de todo o processo de escolha, seleção e formação de candidatos, pois os demais requisitos virão em decorrência de tal pressuposto. O chamado de Deus deve falar mais alto e ser colocado de modo tão explícito que outras motivações e critérios seletivos lhe estejam subordinados.
O número 134 do mesmo documento indica: O surgimento de vocações específicas ao diaconado permanente pode acontecer de modos diversos, tais como: indicação da comunidade; apresentação por um presbítero, bispo ou outro diácono; iniciativa própria de quem se sente chamado a tal ministério. Por todos esses meios, a voz de Deus se faz ouvir, convidando a assumir um novo estado de vida e um serviço a Deus e ao próximo. Ao término do tempo de formação, o bispo diocesano ou o responsável pela formação, promova um escrutínio entre os membros do clero e da comunidade paroquial, da forma que parecer mais adequada, a fim de verificar a idoneidade e a aceitação ao diaconado.
Além do acima exposto faz-se necessário a aceitação e o envolvimento da família, esposa e filhos, pois, é em sua família que o diácono primeiro exerce a sua diaconia. Salientamos, também, que o diácono permanente pode ser celibatário se for solteiro.
A12 – A missão do diácono permanente vai além da assistência de casamentos e administração de batizados. Neste sentido, em que ele pode contribuir em uma comunidade.
"O diaconado é sacramento da caridade em sentido amplo. Historicamente, as funções dos diáconos têm sido múltiplas, todas elas marcadas pelo caráter do serviço eclesial".
Diácono Zeno Konzen – Conforme o Documento da CNBB 96 nos seus números 47 e 48, que diz: O diaconado faz parte do sacramento da Ordem e os diáconos exercem seu ministério a partir de uma graça sacramental. A Ordem confere uma graça especial do Espírito Santo para que o ministro, em sua realidade pessoal e histórico-cultural, seja imagem de Cristo Servo (DP, n. 697).
O diaconado é sacramento da caridade em sentido amplo. Historicamente, as funções dos diáconos têm sido múltiplas, todas elas marcadas pelo caráter do serviço eclesial. A Igreja pode ampliar ou restringir o âmbito dessas funções, mas elas conservarão sempre o caráter de sacramento da caridade de Cristo preferencialmente aos pobres e excluídos.
Nos números 53 e 54, lê-se: "Fortalecidos com a graça sacramental, os diáconos servem ao povo de Deus na diaconia da liturgia, da Palavra e da caridade, em comunhão com o bispo e o seu presbitério" (LG, n.29). Segundo a tradição apostólica, o diácono participa da missão plena do bispo, realizando sua função não apenas em nome do bispo e com sua autoridade, mas em nome de Cristo e com sua autoridade, mediante a consagração do Espírito Santo. Dentro da realidade eclesial e social em que vivemos, situa-se o ministério do diácono em três âmbitos bem definidos: o serviço da caridade; a evangelização; a ação litúrgica.
Assim sendo, os diáconos por sua dupla sacramentalidade, são ministros ordenados da Igreja que estão mais perto das pessoas, nos seus ambientes de trabalho, estudos e vida social, devendo ser sinal vivo de Cristo Servo. Levando o amor de Deus em sua vivência cotidiana aonde o padre dificilmente pode chegar em função de suas responsabilidades sacerdotais.
A12 – Como o senhor avalia a realidade do diaconado permanente na atualidade diante do desafio de uma Igreja Missionária?
"Na missão principal da Igreja que é evangelizar, o diácono permanente tem grande campo de trabalho, sobretudo nas pequenas comunidades afastadas onde a palavra de Deus precisa urgentemente ser anunciada".
Diácono Zeno Konzen – O diaconado permanente, prestes a completar 50 de sua restauração, tem sua caminhada no Brasil numa visão muito positiva. Já somos mais de três mil e perspectiva de cinco mil diáconos nos próximos dois anos em todo o país. Números ainda acanhados, tendo em vista nosso território de dimensões continentais. Todavia, na missão principal da Igreja que é evangelizar, o diácono permanente tem grande campo de trabalho, sobretudo nas pequenas comunidades afastadas onde a palavra de Deus precisa urgentemente ser anunciada. É lá nas comunidades cristãs sem pastor que se faz necessário a presença do diácono, animando e ou formando comunidades. E isto, já vem acontecendo em muitos recantos do nosso país.
A12 – Como o senhor avalia o empenho da Igreja no Brasil em vista do diaconado permanente?
Diácono Zeno Konzen – Com a graça de Deus os Bispos do Brasil estão efetivamente empenhados na promoção e acompanhamento dos diáconos. Vivemos momento de grande crescimento das ordenações diaconais por todo o nosso país especialmente no Norte e Nordeste. Com o advento da aprovação das Diretrizes para o Diaconado Permanente da Igreja do Brasil – Doc. 96, em vigor desde a 49ª assembleia Geral da CNBB de Aparecida em 2011, passamos a ter este instrumento oficial da Igreja no Brasil que foi trabalhado, estudado e aprovado pelos Bispos sobre o diácono e sua caminhada na Igreja. Assim, temos hoje positivamente todo apoio e vivência eclesial positiva de Bispos e Sacerdotes para o bem da Igreja e todo o povo de Deus!
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