Igreja

O que a Igreja celebra na terça-feira do Carnaval?

Conheça a devoção à Sagrada Face de Jesus

Escrito por Laís Silva

07 FEV 2024 - 11H33 (Atualizada em 09 FEV 2024 - 11H04)

Zvonimir Atletic / Shutterstock

A Igreja Católica tem um calendário litúrgico que marca determinados tempos, como a Quaresma, Páscoa, o Natal, além de diversas festas de santos e tradições de devoções. Conheça a tradição que a Igreja celebra no Carnaval!

Você deve estar pensando que, como o Carnaval é uma festa pagã, não faz sentido uma comemoração da Igreja neste dia. Mas a Igreja é convidada a celebrar a devoção à Sagrada Face de Jesus.

Essa devoção tem início na história de que o rosto de Cristo teria ficado impresso no lenço que Verônica usou para enxugá-lo do suor e do sangue no caminho até o Calvário. Leia MaisÉ necessário fazer penitência na Quaresma?Papa Francisco divulga mensagem para a Quaresma deste ano

Um fato interessante é que a moça que estendeu o lenço para enxugar a face de Cristo não se chamava Verônica. Esse nome foi atribuído a ela formado pelas palavras latina e grega que significam “Verdadeiro Ícone”, “Verdadeira Imagem”. Aliás, não se conhece o seu nome.

Existem pessoas que acreditam que “Verônica” seja uma variante de “Berenice”. O nome “Verônica” apareceu pela primeira vez no documento apócrifo “As Atas de Pilatos”, justamente pelo fato da impressão do rosto de Jesus naquele lenço, isto é, da “Verdadeira Imagem de Cristo”, o “Vero Ícone”. Por extensão, o nome “Verônica” passou a ser usado para indicar aquela mulher que o ajudou, e não apenas o pano que recolheu o “Verdadeiro Ícone” de Jesus.

Esse gesto pareceu simples, mas ensina a reconhecer o esforço, o sofrimento e a Paixão de Cristo por todos nós.

Santa Verônica

Conta a tradição que Verônica morava em Jerusalém e, após a Paixão do Senhor, se dirigiu a Roma levando consigo aquele véu tão especial. Conta-se também que, quando chegou à Itália, esteve diante do imperador romano Tibério e o curou após fazê-lo tocar naquela imagem sagrada.

Acredita-se que ela tenha vivido na capital do império na mesma época em que lá estiveram os apóstolos São Pedro e São Paulo. E que ao morrer, teria deixado a relíquia do “Vero Ícone” para o Papa Clemente I.

No primeiro Ano Santo da história, celebrado em 1300, o Véu da Verônica foi uma das Mirabilia Urbis, ou seja, maravilhas da cidade de Roma, expostas aos peregrinos em visita à Basílica de São Pedro no Vaticano.

Os rastros do Véu da Verônica se perderam nos anos sucessivos ao Ano Santo, até que a relíquia fosse reencontrada e preservada na Igreja da Santa Face de Manopello.

O Papa Bento XVI foi o primeiro pontífice a visitá-lo, em setembro de 2016.


Outra tradição ligada à Devoção da Sagrada Face de Jesus

Em janeiro de 1959, a Congregação dos Ritos em Roma, com a aprovação do Papa João XXIII, concedeu aos Bispos e Sacerdotes do Brasil a aprovação para a festa da Sagrada Face, a ser comemorada na Terça-feira de Carnaval, aprovando o texto da Missa.

Essa tradição começou quando a Beata Irmã Maria Pierina de Micheli, teve revelações em que Jesus pedia que fosse feita uma reparação pelas ofensas cometidas contra Ele, a revelação aconteceu em uma Sexta-feira Santa, durante o tradicional beijo ao Cristo, nesta ocasião foi revelado a ela: “Todos Me beijam as chagas, mas ninguém beija o Meu rosto para reparar o beijo de Judas”.

Esse pedido de reparação é, na verdade, um pedido para cada cristão reconhecer o amor de Deus por nós. Quando alguém O ofende e não repara tal ofensa, está agindo com ingratidão.

No Brasil a data para a celebração da Festa da Sagrada Face de Jesus foi colocada na Terça-feira de Carnaval, para as pessoas tomem consciência para reparar todos os pecados que cometeram durante as festividades carnavalescas.

Quem também teve uma revelação foi a carmelita Maria de São Pedro, que recebeu revelações, as quais o venerável leigo Léon Papin Dupont, teve acesso e passou a divulgá-las. Após muita perseguição, ele conseguiu, em 1876, a aprovação eclesiástica da devoção à Sagrada Face de Jesus, e criou as confrarias para divulgá-la, até que em 1885 receberam o reconhecimento pontifício.

Foi em uma dessas confrarias que os membros da família de Santa Teresa do Menino Jesus, participaram, e graças a ela essa tradição também ganhou um grande impulso, além dos estudos sobre o Santo Sudário de Turim.

Entre as histórias que deram início a esta tradição, a lição deixada para todos é a de que é necessário reconhecer a Paixão de Cristo por cada um de nós.

Fonte: padrepauloricardo.com / Aleteia

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