Igreja

Religiosos na época mais recente

Escrito por Redação A12

21 AGO 2021 - 11H16 (Atualizada em 24 AGO 2021 - 09H14)

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Após os grandes conflitos mundiais terem sido superados, salvo algumas regiões conflitantes, percebeu-se a rapidez em que o mundo se transformava. A grande guerra reconfigurou países e povos. Um novo olhar daí surgia. Pairava no ar um espírito de sofrimento e a necessidade de reconstrução, não apenas física de cidades e da vida de cada um, mas ao mesmo tempo, a esperança de um mundo novo.

A partir de 1950, percebeu-se uma necessidade de renovação na Igreja, mas apenas com o Papa João XXIII foi que se iniciou a organização de um concílio, que só teve inicio em 1962, como um aggiornamento – renovação – uma resposta da Igreja para os novos tempos. 

A vida religiosa sofreu grande impacto do concílio. Na América Latina, a aplicabilidade de algumas ideias conciliares deu origem à Teologia da Libertação, abraçada por muitos religiosos e religiosas. Houve, há de se dizer, uma crise na Vida Religiosa, refletida ainda hoje, resultado desta época. No mesmo período, grupos com cunho pentecostal advindos dos Estados Unidos da América tomam força na Igreja, e logo se propagam para os demais continentes. Trata-se dos grupos de oração da “Renovação Carismática Católica” que, em bem menor escala, também teve influência na vida religiosa, surgindo daí grupos de consagrados com uma nova roupagem.

Chamados de novas comunidades – há grupos não carismáticos também – agrega tanto os de consagração celibatária, os chamados da comunidade de vida, quanto aos de vida matrimonial: estes são conhecidos como comunidades de aliança. Esta nova forma de vida religiosa ganhou impulso no final do século XX e início do XXI. Muitas antigas ordens e congregações precisam aprender com essas novas comunidades, que, por conta de sua indiferença ou falta de perspectiva, não percebem que estão morrendo ou perdendo importância e espaço.

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Grupos de visão mais tradicionalista também vêm ganhando força e o retorno do hábito e outros símbolos, que muitos religiosos e religiosas abandonaram a partir dos anos 1960, vem retornando. 

Alguns destes grupos são antigos e apenas retornaram a costumes há muito não vividos. Outros são novas fundações com caráter na tradição, não importa de qual época. Assim, se tornou quase comum encontrarmos grupos que lembram a Idade Média, como os Arautos do Evangelho, inspirados como o próprio nome e hábitos indicam, nas ordens de cruzados.

Por outro lado, o poverello (pobrezinho) São Francisco de Assis, muitas vezes romantizado, também vem sendo “reatualizado” com a Toca de Assis ou Filhos da Pobreza, com hábitos simples e pés descalços, a dar assistência aos pobres nos centros das grandes cidades. Grupos parecidos, mas menores, também se podem encontrar em vários lugares.

Desde o início, a vida religiosa foi luz para a Igreja, e ainda hoje permanece a iluminar com seus dons e aquilo que eles mesmos chamam de carismas. O secularismo foi um problema desde o início. Foi por conta disso que se buscou o deserto. A vida de oração e o ideal de pobreza são aspectos fundamentais, pois só Cristo é a riqueza do religioso. Além disso, a entrega total da vida a Deus, professando publicamente uma vida de união com Ele, é não apenas símbolo ritual, mas renovação diária e pessoal.

Os religiosos devem ser amigos de Deus e Ele pode ser encontrado não apenas na oração, mas no irmão que professa os mesmos votos dentro do mosteiro ou convento, mas também naqueles que enfrentam outros problemas, principalmente os mais necessitados. O verdadeiro religioso é aquele que vê Cristo no outro e dele cuida como fez o Bom-Samaritano.

Figuras como Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce da Bahia, ambas canonizadas recentemente, atuaram de forma mais urgente e diretamente com os que sofrem. Causaram transtorno entre políticos e a elite onde estiveram, mas, aos poucos conquistaram a todos, principalmente os pobres e sofredores e ainda hoje suas obras atendem a muitos dos que precisam, como uma forma de milagre diário, em que Deus é visto naquele que sofre e o verdadeiro religioso o enxerga e dele cuida.


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