Tensão entre Rússia e Ucrânia aumenta e Igreja defende diálogo a favor da paz

A tensão entre Rússia e Ucrânia tem deixado o clima político internacional extremamente fragilizado.

Não se trata de algo atual, e apesar de partilharem uma longa história, nunca houve um diálogo para que os dois lados pudessem se resolver. Desde 2004, o clima é tenso na fronteira que liga Ucrânia a Rússia, o que já custou ao menos 14 mil vidas. Entretanto, o aumento na crise no leste da Europa reforça a ideia de um conflito iminente entre os dois países.

O aumento das violações de cessar-fogo fez a embaixada do Brasil e de outros 35 países emitirem um aviso pedindo aos seus cidadãos que deixem a região o mais rápido possível.

O Papa Francisco já havia se manifestado e pediu uma solução diplomática para a crise entre a Rússia e a Ucrânia.

Ligado a todos os acontecimentos que colocam o povo ucraniano em risco, o Papa liderou um ‘Dia Internacional de Oração pela Paz’ na Ucrânia, em 26 de janeiro deste ano; convocou os cristãos a colocarem essa intenção em suas orações: “Continuemos a implorar ao Deus da paz para que as tensões e ameaças de guerra possam ser superadas por meio de um diálogo sério”.

Pediu a intercessão de Nossa Senhora: "confio todos os esforços pela paz à intercessão da Virgem Maria e às consciências dos políticos responsáveis".

No Angelus do último domingo, 20, o Santo Padre voltou a falar sobre como é triste quando povos cristãos pensam em fazer guerra entre si.

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“Como é triste quando pessoas e povos orgulhosos de serem cristãos veem os outros como inimigos e pensam em fazer guerra entre si! Rezar pelos nossos inimigos é o primeiro passo para transformar o mal em bem", destacou Francisco.

Na mesma ocasião, o Papa encontrou o Cardeal Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Leonardo Sandri, acompanhado pelos participantes da Plenária, promovida pelo seu Dicastério, e de oito Patriarcas e Arcebispos-mor das Igrejas do Oriente. Durante a Plenária, diante das "ameaças de novos conflitos na tão sofrida Ucrânia" os participantes recordaram as palavras fortes do Papa Bento XV, em favor da paz, em 1917.

"A Europa correrá para o abismo, indo ao encontro de um verdadeiro suicídio? O mundo civilizado deverá ser reduzido a um campo de extermínio? Diante das ameaças de novos sofrimentos e conflitos, na tão sofrida Ucrânia elevamos, mais uma vez, nosso grito de paz e renovamos um premente apelo aos que detêm nas mãos o destino das Nações”. Segundo o Cardeal Sandri, os líderes religiosos fazem o seu apelo movidos por um dever de consciência e ouvindo o grito da humanidade: “A guerra, nunca mais”.

Ainda durante a audiência papal, o Cardeal Leonardo Sandri leu a seguinte mensagem:

“Vocês têm uma gravíssima responsabilidade diante de Deus e dos homens; de suas decisões dependem a paz e a alegria de inúmeras famílias, a vida de milhares de jovens, a felicidade dos povos. Que o Senhor, Rei da Justiça e da Paz possa lhes inspirar sábias decisões em prol da humanidade apreensiva. Lembrem-se de que 'nada se perde com a paz, mas tudo se perde com a guerra’!”

E o Cardeal concluiu: “Que no futuro, vocês possam ser chamados bem-aventurados, porque construíram a paz e transformaram as armas de hoje em foices e ferramentas de prosperidade e bem-estar para os povos”.

Em entrevista, o Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, conversou com o A12 e trouxe importantes reflexões e apontamentos sobre o posicionamento da Igreja Católica diante de conflitos violentos como o da Ucrânia e Rússia. Dom Orlando também ressaltou que, como seguidores da palavra de Deus, os cristãos devem ser a favor sempre da paz, e nunca da guerra.

A entrevista pode ser conferida de quarta-feira (23) a domingo (27) pelo Instagram do @portala12.

Confira a primeira desta série de entrevistas!

Fonte: A12