Deus não cansa de nos surpreender! Quando a gente pensa que as surpresas do Espírito já tinham se esgotado, eis que de repente aparece mais uma, e das grandes!
Foi o que de certa forma aconteceu com os papas dos nossos tempos, a começar de João XXIII. É o que está acontecendo agora com o Papa Francisco, que completa 10 anos de pontificado.
Em 1958, o “bom velhinho” Papa João XIII surpreendeu a todos com a sua jovialidade e com a bombástica notícia da convocação do Concilio Vaticano II que veio para revolucionar a Igreja, preparando-a para os tempos modernos. Ele que, segundo alguns historiadores, tenha sido eleito somente para ser um “papa de transição”.
Na sequência veio Paulo VI, primeiro papa a visitar um país da América Latina. Com o desejo de aplicar as decisões do Vaticano II surpreendeu a todos pela corajosa confirmação da opção preferencial pelos pobres e pela dimensão colegiada da Igreja. Ele teve coragem de vender a coroa de três tiaras do pontificado para ajudar os pobres da Índia.
Chegou então a vez de João Paulo I, com um sorriso aberto e contagiante, que governou pouco, apenas 33 dias, mas que marcou a sua passagem qual a de um cometa pela simpatia e pela santidade.
O polonês Joao Paulo II, o papa viajante, com as mais de 100 viagens internacionais chegou para governar a Igreja numa época de fortes mudanças, em que a polarização do mundo entre os blocos capitalista e comunista estava se esfacelando.
Em seu tempo veio a queda do Muro de Berlim e a desintegração da União Soviética. Ele foi o homem da comunicação, das muitas encíclicas e de uma imagem que rodava o mundo todos os dias, ao ponto de muitos afirmarem: “nunca mais haverá um papa como ele”.
Numa sucessão que mais ou menos já era prevista, chegou a vez do Cardeal Joseph Ratzinger que assumiu com o nome de Bento XVI, para governar a Igreja numa proposta de reforço no campo doutrinal e centralização de poder em Roma, como já vinha conhecendo antes com João Paulo II.
A surpresa veio, porém, com sua renúncia quando percebeu que não tinha mais forças físicas e espirituais para governar. Fazia 600 anos que um papa tinha renunciado pela última vez!
Papa Francisco, projetando a Igreja do futuro
Quando todos achavam que não haveria mais surpresa, eis que chega o Cardeal Jorge Mario Bergoglio, primeiro papa latino-americano a governar a Igreja. Com ele sim, é uma surpresa atrás da outra, a começar pela escolha do nome de Francisco, ao reforçar a opção pelos pobres, a não ter medo de mostrar a face pecadora da Igreja com os escândalos e abusos.
Francisco, com sua acurada formação humana, religiosa e doutrinal, muito própria da Companhia de Jesus, não tem medo de mostrar a face fragilizada da Igreja e de pedir perdão pelos seus erros e pecados. Ao mesmo tempo está levando a sério e com rigor, de um lado a punição dos culpados e de outro a proteção das vítimas.
Um papa que, com coragem carrega o peso do mundo nas costas, como ficou bem visível na imagem de um homem idoso, sozinho, atravessando a Praça de São Pedro vazia numa tarde chuvosa para rezar pelo mundo que enfrentava a dura Pandemia da Covid-19. Um papa que sente, que chora e que ora pelos sofredores.
Um papa da ecologia e da defesa do meio ambiente, um papa do ecumenismo prático e da comunhão entre distintos credos religiosos, um papa da intransigente defesa da dignidade do ser humano e do combate à guerra e à violência. São estas algumas marcas características de seu pontificado.
Não tenhamos dúvidas: o papa que governa a Igreja do presente já está projetando-a para o futuro. Nos próximos tempos a Igreja deverá continuar enfrentando o fenômeno da secularização e da descristianização, sobretudo no hemisfério norte, mas será também uma Igreja que voltará às catacumbas em várias regiões do mundo por causa do acelerado crescimento do fanatismo não-cristão e das perseguições, como se nota em muitas regiões, sobretudo, nos continentes periféricos do mundo.
A Igreja cada vez mais será despojada de seu poder político e de sua força temporal, mas será cada vez mais uma Igreja que se apresentará como “voz da consciência” e da moralidade do mundo.
Com sua ação catequética e magisterial, Francisco resgata a essência do Concilio Vaticano II, propondo a sinodalidade como expressão de uma vida de comunhão e participação, apresentando este caminho como a via necessária para que os cristãos deixem os templos, levando sua ação apostólica aos mais distintos ambientes ou areópagos da sociedade, para que a Igreja se torne cada vez mais “uma Igreja em saída”.
Papa Francisco, um papa que governa a Igreja do presente, mas com seus olhos já voltados para o futuro! Por isso, fiquemos atentos para recebermos a próxima surpresa do Espírito!
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