Proclamar a Palavra de Deus é anunciar o próprio Senhor. Por isso, o ministério do leitor ocupa um lugar essencial na vida litúrgica da Igreja.
Para compreender melhor essa missão e o que se exige de quem desempenha esse serviço, o A12 conversou com o Pe. Pablo Vinícius, C.Ss.R., responsável pelo Ministério dos Leitores no Santuário Nacional.
Segundo o sacerdote, proclamar ou ouvir a Palavra de Deus é anunciar, ou acolher o próprio Senhor e o leitor instituído exerce um verdadeiro “ministério da proclamação da Palavra de Deus” no seio da Igreja. Ele recorda que a palavra “ministério”, do latim ministerium, significa “serviço” ou “ofício”. “O leitor exerce um serviço para a comunidade, a fim de que a Palavra de Deus, vivamente anunciada, seja eficaz no meio do povo reunido”, destaca o Padre.
Proclamar um texto bíblico, portanto, não se compara a ler um texto comum: “o texto bíblico não é um texto de jornal ou revista… É Deus se comunicando”, afirma o sacerdote.
Para Pe. Pablo, a preparação mais importante do leitor é a vida de oração. Ele explica que, antes de proclamar a Palavra com os lábios, é necessário rezá-la:
Quando a Palavra de Deus é vivamente anunciada pelos nossos lábios e até mesmo pelo nosso coração, o ambiente em que estamos passa a ser propício para um real e verdadeiro encontro com Jesus, o Verbo eterno do Pai!
O sacerdote destaca que a prática de rezar a Palavra antes de proclamá-la possui um nome específico: lectio divina, que significa leitura orante da Palavra de Deus e é amplamente recomendada pela Igreja
O padre afirma que sua experiência mais marcante no ministério é o empenho dos leigos que assumem essa missão. São pessoas comprometidas com suas comunidades, que participam de encontros, formações e retiros. “É notório o gosto e o entusiasmo com que participam, porque estão conscientes de que são, por vezes, a ‘voz’ do próprio Senhor”, relata.
Ele recorda ainda a importância do serviço prestado pelos leitores à assembleia: “Quantos irmãos e irmãs, reunidos para celebrar a Eucaristia, não tomaram conhecimento da mensagem do Senhor através da proclamação desses leitores?!”
O sacerdote reconhece que todos estão sujeitos a erros, especialmente os que começam. O nervosismo é, muitas vezes, o principal obstáculo. Uma boa estratégia, segundo ele, é praticar em celebrações com menos fiéis durante a semana.
Mais uma vez, ele ressalta também que a vida espiritual é o melhor caminho para superar inseguranças: “O remédio para a grande maioria dos erros é a vida de oração. O leitor deve rezar a Palavra, ser íntimo dela. Assim, fará a proclamação com tranquilidade e sem atropelos”.
Pe. Pablo afirma que dicção e postura são essenciais e podem ser adquiridas, na maioria das vezes, mediante ao trabalho sério do ministério e devem ser trabalhadas com seriedade pelas equipes de leitores, sempre acompanhadas pelos coordenadores paroquiais desse ministério, assistidos pelo Pároco, Vigário ou até mesmo por algum religioso(a) ou seminarista. "A dicção é fundamental e determinante, porque a ausência da mesma danará a escuta atenta e orante dos fiéis", afirmou.
Ele recorda ainda a orientação da Introdução Geral do Missal Romano (IGMR), n. 101:
“Na falta de leitor instituído, podem ser designados outros leigos para proclamar as leituras da Sagrada Escritura, desde que sejam realmente aptos para o desempenho desta função e se tenham cuidadosamente preparado, de tal modo que, pela escuta das leituras divinas, os fiéis desenvolvam no seu coração um afeto vivo e suave pela sagrada Escritura”.
Para o sacerdote, qualquer pessoa alfabetizada e devidamente preparada pode proclamar a Palavra. Ele cita novamente a recomendação feita pela IGMR “Nos textos que devem ser proferidos claramente e em voz alta pelo leitor, a voz deve corresponder ao gênero do próprio texto, à forma de celebração e à solenidade da assembleia” (IGMR – 2ª ed., n. 38).
Sobre as crianças, ele explica que muitas paróquias celebram a “Missa com crianças”, especialmente aos domingos, e nelas os pequenos, principalmente os que se preparam para a Primeira Comunhão, são convidados a ler as leituras.
Nesses casos, o Padre reforça que a preparação deve ser redobrada, que os próprios catequistas e os pais ou responsáveis podem rezar a Palavra com a criança "ajudá-la a compreender o que vai proclamar e orientá-la na prática. Muitas recebem o texto com uma semana de antecedência, o que facilita o aprendizado", concluiu o Sacerdote.
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