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Combate à Aids: Avanços e retrocessos

Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

30 NOV 2021 - 09H00 (Atualizada em 30 NOV 2021 - 09H22)

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Apesar do vírus já ser conhecido desde o final dos anos de 1950, só em 1982, as autoridades de saúde pública dos EUA começaram a chamar algumas infecções que apareciam de “síndrome da imunodeficiência adquirida”. Um ano depois, os cientistas descobriram que o HIV, então conhecido como vírus linfotrópico da célula T humana, causava a AIDS.

Foi em meados da década de 1980 que os estudos avançaram e a busca de medicamentos que pudessem combater os efeitos do vírus se intensificou. De lá para cá tivemos avanços e retrocessos no combate a esta doença que também se caracteriza como uma pandemia pelo fato de estar presente em praticamente todos os países do mundo.

A AIDS que se disseminou pelo mundo todo é uma das mais graves epidemias com certeza, ainda que nem sempre seja assim reconhecida, pois o número de infectados aumenta continuamente e a medicina ainda não encontrou uma cura definitiva para os seus males.

Mas há uma diferença entre a AIDS e a Covid-19, pois esta é traiçoeira e pode ser adquirida independentemente dos cuidados de uma pessoa, enquanto a primeira pode ser evitada por hábitos saudáveis praticados pela pessoa.

Leia MaisPastoral da Aids: O que diz o Bispo referencial?Hoje, o maior número de portadores desta doença encontra-se nos países da África, sobretudo nos países da África Subsaariana.

Segundo a OPAS, Organização Pan-americana de Saúde, em nosso continente o número de novos casos de infecção por HIV registrou aumento considerável entre 2010 a 2019, mas por outro lado, graças ao uso de um coquetel antiviral as mortes por doenças relacionadas à aids diminuíram significativamente na última década.

Na América Latina, existem hoje cerca de 2,1 milhões de pessoas portadoras do vírus HIV.

De 1980 a junho de 2011 no Brasil já tinham sido registrados 608 mil casos de Aids, mas hoje esse número deve ser quase o dobro, pois muitas pessoas não fazem o teste que detecta a presença do vírus em seu organismo.

No mundo todo são aproximadamente cerca de 37 milhões de pessoas estão vivendo com HIV.

Enquanto se discute as causas da transmissão e os cuidados que devem ser tomados, as pessoas que são portadoras desta doença não devem ser discriminadas. Não é o isolamento dessas pessoas que vai resolver o problema. O portador deste mal deve ser sujeito de nossa solidariedade e respeito, traduzidas em gestos de caridade e presença.

Felizmente tem havido avanços significativos no acesso ao tratamento contra o HIV, mas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, esse ainda é um dos maiores desafios de saúde pública.

Se o vírus é detectado logo e tratado adequadamente, o HIV pode ser controlado e a pessoa pode conviver com o problema. Sem tratamento, no entanto, o HIV progride para AIDS dentro de poucos anos. Por isso, no Dia Mundial de Combate à AIDS, comemorado no primeiro dia de dezembro, se deve unir as pessoas na luta contra o HIV, mostrar apoio para quem vive com o vírus e conscientizar sobre as medidas de prevenção e cuidado.

Um problema grave com o qual nos deparamos em 2020 são as interrupções nos serviços de saúde em razão da Covid-19, que estão ameaçando a continuidade dos testes e o acompanhamento do tratamento, pois as pesquisas já mostram que o número de diagnósticos de HIV caiu significativamente no primeiro semestre de 2020.

Apesar da seriedade da Pandemia da Covid-19, outros males sociais não podem ser relativizados.

Escrito por
Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Redentorista da Província de São Paulo, graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da Província de São Paulo, atualmente é diretor da Rádio Aparecida

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