O que fazer com tanto lixo?

Comecemos pela definição: lixo, segundo o dicionário, é todo tipo de resíduo, seja de origem orgânica ou inorgânica, fruto de descarte, especialmente daquilo que tem origem no desenvolvimento das atividades humanas e produtivas. O lixo corresponde ao conjunto de materiais que são descartados todos os dias pelos seres humanos.

Num país continental como o Brasil, com uma população superior a 210 milhões de habitantes, cada pessoa produz, em média, 343 quilos de lixo por ano, ou seja, no total, cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos são descartados a cada ano e como se pode ver em fotografias e imagens da TV são montanhas de lixo geradas a todo instante.

Não se pode negar também que a quantidade de lixo produzido pela população mundial é exorbitante. Para ser mais exato, são 1,4 bilhão de toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) produzidos num ano. Isso significa uma média de 1,2 kg para cada pessoa ao dia.

Roman Mikhailiuk/Shutterstock

Um dos principais problemas ambientais da atualidade é justamente a grande produção de lixo, especialmente o seu descarte irregular e inapropriado, pois o processo de decomposição traz como consequência a liberação de gases que promovem o efeito estufa e a poluição das águas subterrâneas e superficiais. Além do mais, certos tipos de lixo como o metal, vidro e plástico levarão anos e anos para serem decompostos e assumidos novamente pela terra.

A cada dia que passa aumenta também a quantidade de lixo eletrônico que nem sempre é descartado de forma adequada. Até o início do século passado, a maior parte do lixo gerado se reintegrava novamente aos ciclos naturais e servia como adubo para a agricultura. Mas, com aceleração da industrialização e a concentração da população nas grandes cidades, o lixo foi se tornando cada vez mais um problema.

Favorecer a economia circular

Um caminho para a solução dos problemas relacionados ao lixo é apontado pelo Princípio dos Três Erres (3R’s) – reduzir, reutilizar e reciclar. São esses princípios que geram, a chamada economia circular, que propõe a fabricação de bens de consumo mais duráveis que não precisam ser descartados tão facilmente por terem maior durabilidade, o que também acaba favorecendo a economia da população.

Fatores associados a esses princípios também devem ser considerados como o ideal de prevenção e não-geração de resíduos, somados à adoção de padrões de consumo sustentável, visando poupar os recursos naturais e conter o desperdício, porque hoje a humanidade já está gastando mais do que a terra pode produzir. Quando chegamos ao oitavo mês do ano, a humanidade já gastou tudo o que poderia ter gasto em um ano, ou seja, estamos sempre num déficit crescente.

Presentemente temos ainda o grave problema do descarte irregular de certos tipos de lixo como embalagens plásticas, pneus e outros que acabam acumulando água de chuva e se tornam viveiros para a procriação do mosquito da dengue. E olha que já se aproxima de 2 milhões o número de brasileiros infectados pela dengue e abril, que é o mês de maior incidência, ainda nem chegou.

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