São muitos os conflitos armados que acontecem no mundo na atualidade. Alguns deles como a guerra na Ucrânia, na Faixa de Gaza, o conflito entre Irã e Israel, no Iêmen, nas coreias e vários outros estão permanentemente presentes nos meios de comunicação.
Outros conflitos, porém, como a guerra no Congo, são completamente esquecidos e o mundo nem imagina as barbaridades que por lá acontecem!
No leste da República Democrática do Congo, milícias armadas se enfrentam numa guerra que já é considerada a mais mortal desde a 2ª Guerra Mundial.
Para além das batalhas entre etnias, existem também muitos interesses econômicos envolvidos, o que explica a disputa pelas riquezas minerais escondidas no subsolo do país, considerado um dos mais ricos do mundo.
Assim como acontece em outros lugares, mesmo no Brasil, vem o paradoxo: “o país é rico, mas a população é pobre!”.
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Localizado no centro do continente, o Congo é o segundo maior país da África — perdendo apenas para a Argélia — com 2,43 milhões de quilômetros quadrados. Quase o tamanho dos estados do Pará e Amazonas juntos.
Tem uma população aproximada de 105,8 milhões de habitantes, dos quais cerca de 12 milhões concentram-se na capital Kinshasa. O país é, porém, um dos mais pobres do mundo, sendo palco de uma guerra civil que durou até 2003, continuando a sofrer com violentos confrontos entre diferentes etnias, milícias e disputas por recursos naturais.
A história do país é muito complexa. O predomínio do poderoso e livre Reino do Congo, que teve o seu apogeu entre os séculos XIV e XIX, foi substituído pela colonização da Bélgica, a partir de 1908, período caracterizado pela exploração brutal dos recursos naturais e abusos contra a população local.
A luta do antigo Congo Belga foi grande até conseguir sua independência em 1960. O país viveu então um período de grande instabilidade política e de conflitos com a ditadura de Mobutu Sese Seko, que tomou o poder em 1965 e governou o país com “Mão de ferro” por mais de três décadas.
A partir de 1996, o Congo foi palco de duas guerras envolvendo diversos países da região, com impactos significativos na população e na infraestrutura. Mesmo com um acordo de paz, os conflitos ainda não cessaram, tendo causado o deslocamento e a morte estimada de 5 milhões de pessoas, o que coloca o país no mais alto grau de emergência em termos de urgência da ajuda por parte da ONU.
Chamado de Zaire até 1997, o país é bem maior do que seu vizinho que possui nome semelhante, a República do Congo, que também é chamado de Congo-Brazzaville por causa da capital Brazzaville.
Mobutu Sese Seko, ditador do Congo de 1965 a 1997
Os conflitos que ocorrem, sobretudo, no leste do país, em grande parte são provocados por milícias armadas que se enfrentam numa guerra que parece não ter fim.
O gatilho provocador dos conflitos foi a artificialidade das fronteiras impostas sobre a África pelas potências europeias através de séculos, juntando grupos étnicos rivais ou separando grupos afins.
Isso provocou a passagem de conflitos locais para uma guerra de escala regional que gerou, por exemplo, o triste genocídio de Ruanda, em 1994.
O envolvimento de países vizinhos levou ao agravamento dos conflitos, tanto assim que o governo ruandês é acusado de apoiar um grupo rebelde denominado M23 para poder invadir e controlar territórios cobiçados na República Democrática do Congo.
Por outro lado, o governo do Congo é acusado de proteger as milícias Hutus, herdeiras dos algozes do genocídio de 1994.
Milicianos do grupo M23, que disputam o controle RD do Congo
Para além das batalhas entre etnias, existe também uma feroz disputa por riquezas minerais. Nos territórios disputados estão alguns dos materiais mais valiosos do mundo como o ouro, cobre, cobalto e o coltan, abreviação de columbita-tantalita, importante material usado para a produção do tântalo usado em computadores e smartphones. Esses minérios e metais preciosos têm como compradores as maiores empresas de tecnologia do mundo.
O tântalo, material que tem o peso menor que o de uma ervilha, é essencial para a operação eficiente de um smartphone e de quase todos os demais dispositivos eletrônicos sofisticados.
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As propriedades únicas deste metal raro, azul-acinzentado e brilhante, como a capacidade de manter uma carga alta em comparação com seu tamanho e operar em diferentes temperaturas, fazem dele um material ideal para capacitores minúsculos que armazenam energia temporariamente.
Ele também é extraído em outros países como o Brasil, porém, pelo menos 40% do fornecimento mundial deste metal vêm da República Democrática do Congo, e algumas das principais áreas de mineração estão agora sob o controle do grupo M23.
O Congo tem uma das mais desafiadoras situações humanitárias do mundo na atualidade, segundo a Agência da ONU para Refugiados (Acnur). Apenas entre 2017 e 2019, mais de 5 milhões de pessoas se deslocaram internamente no país, sem contar outros milhares que fugiram para nações vizinhas, como Angola e Zâmbia, países que também são necessitados de ajuda humanitária mundial, encabeçada pela ONU.
Apenas em países africanos que vivem uma situação de extrema carência, existem quase 1 milhão de congoleses refugiados ou solicitantes de asilo. Porém, apesar da situação crítica, o Congo também recebe refugiados vindos de Burundi, República Centro-Africana e Sudão do Sul, simplesmente por não terem mais para onde ir.
A história da República Democrática do Congo é um exemplo de como a colonização, a exploração predatória de recursos e a disputa pelo poder podem gerar instabilidade e conflitos em um país, mas também demonstra a capacidade de resistência e busca por autonomia de seu povo.
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