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Igreja beatifica quatro mártires do Congo

"Que seu exemplo e sua intercessão favoreçam caminhos de reconciliação e paz para o bem do povo congolês", pediu o Papa

Escrito por Redação A12

19 AGO 2024 - 16H38 (Atualizada em 19 AGO 2024 - 16H57)

Vatican Media

No último domingo (18) foram beatificados Vittorio Faccin, Luigi Carrara, Giovanni Didonè, religiosos da Pia Sociedade de São Francisco Xavier para as Missões Estrangeiras, e o padre Albert Joubert, assassinados por ódio à fé diante de tensões políticas e sociais na República Democrática do Congo em 1964.

Leia MaisEm Romaria, reze pela beatificação do Padre Vítor Coelho de AlmeidaPadre Luso de Barros Matos está em processo de beatificaçãoA celebração foi realizada em Uvira em área em frente à Catedral de São Paulo, presidida pelo Cardeal Fridolin Ambongo Besungu, Arcebispo de Kinshasa e membro do Conselho de Cardeais, e concelebrada pelo bispo de Uvira, dom Sébastien-Joseph Muyengo, pelo núncio apostólico na República Democrática do Congo, dom Mitja Leskovar, pelo superior geral dos Missionários Xaverianos, padre Fernando Garcia e pelo postulador da causa de beatificação dos mártires, padre Faustino Turco.

“Ao declarar oficialmente uma pessoa beata, como está acontecendo hoje, a Igreja reconhece e confessa que a morte física não venceu e que Deus não abandonou os seus servos”, afirmou o cardeal Ambongo em sua homilia, na qual enfatizou que “os mártires não caem do céu. E também não são seres extraordinários, mas cristãos como você e eu”.

Depois da oração do Angelus, no Vaticano, o Papa Francisco recordou a beatificação.

"O seu martírio foi a coroação de uma vida dedicada ao Senhor e aos irmãos e irmãs. Que seu exemplo e sua intercessão favoreçam caminhos de reconciliação e paz para o bem do povo congolês. Aplaudamos os novos beatos”, exclamou o papa.

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Nos anos 1960, o Congo enfrentava um cenário de conflitos após sua independência do domínio belga, em que se tornou um campo de batalha marcado por tensões políticas, guerras tribais e influências estrangeiras, com o Ocidente, a União Soviética e a China disputando o controle. O primeiro-ministro Patrice Lumumba foi deposto e morto pelo exército, liderado por Mobutu Sese Seko, que assumiu o poder. Em meio a esse clima de instabilidade, Pierre Mulele, ex-ministro treinado na China, liderou os rebeldes Simba em uma campanha violenta contra a presença europeia e a Igreja.

Em 28 de novembro de 1964, os três missionários xaverianos e o padre congolês foram brutalmente assassinados pelos rebeldes Simba. Apesar da perseguição religiosa, eles permaneceram no Congo para continuar sua missão cristã, até serem mortos por defenderem sua fé em meio ao caos político e social.

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