Por Wallison Rodrigues Em Música

O Canto Pascal: Anúncio de Libertação

(Fascículo 01)

Musica

A vida social, atualmente, está fortemente marcada pelo cenário político. Pergunto: quem ainda não observou, escutou ou leu alguma coisa sobre política nesses dias? Notem-se, são inúmeros meios de comunicação apontando ângulos e perspectivas diversas; são tantas pessoas ousando em julgamentos e conclusões precipitadas, até mesmo tornando instáveis os critérios de análise da realidade social. 

Laçaremos algumas pistas de reflexão para compreender Política e Liturgia. Para isso analisaremos A proclamação festiva e libertadora na liturgia (Fasc.01); Depois, se o celebrar a páscoa e o proclamar a libertação, pode ser analisado a partir de um viés político (Fasc.02) e, por fim, entender os mistérios eternos numa sociedade secularizada (Fasc.03). 

Por isso, refletir neste tempo as relações entre ‘Liturgia e Política’ parece provocar desconfiança. Diante de tantas injustiças e incertezas, parece que não há motivos para creditar um sinal de esperança. No entanto, o ponto de partida é a fé expressa na proclamação da Palavra na celebração. Neste caso, é possível entender essas relações analisando as palavras proclamadas e a dimensão política da fé e da vida?

1. A Proclamção Festiva e Libertadora na Liturgia

De princípio, constata-se que muitos cristãos em seus ‘pré-conceitos’, ou até em conceitos formados, empobrecem a linguagem teológico-litúrgica evitando o termo ‘libertação’. Acreditam que é um termo produto de uma teologia revolucionária.  Mas, a priori não se pode negar que a liturgia anuncia uma mensagem de libertação em suas leituras bíblicas, orações, cantos, homilia, oração universal e outros. Não qualquer libertação, mas uma libertação encarnada, intimamente ligada à história da humanidade: a Boa-Nova – Jesus Cristo.

“O mistério pascal de Jesus Cristo, objeto central de pregação e da liturgia, converte-se em mistério de libertação, que leva ao cumprimento todas as prefigurações antigas e constitui garantia do futuro escatológico” (Joan Llopis). Uma libertação que é coerente com a libertação do Êxodo (cf. Ex 13,3-4), ainda que seja superada definitivamente. É uma promessa profética de liberdade plena que se erige em todas as instâncias críticas da realidade.

 

É um memorial vivo, é atualização de fatos pela ação do Espírito.

Somente na história, realidade atual e concreta, ligando passado-presente-futuro, que a liturgia proclama seu dinamismo libertador. É um memorial vivo, é atualização de fatos pela ação do Espírito. É uma ação – urgia – que interpela a comunidade a crer na força da palavra proclamada, recebendo dela as luzes necessárias para iluminar o tempo presente. Afim de que, na esperança, a promessa profética proclamada se realize como garantia de liberdade plena a toda humanidade.

Segundo Jürgen Moltmann, essa experiência de liberdade feita pela fé está na ressurreição de Cristo. Muitos são os cânticos pascais que enaltecem a vitória da vida, zombando da morte. O mais antigo cântico de Páscoa (cf. 1Cor 15,55-57), cantado até os dias atuais, demonstra: “A morte foi tragada pela vitória. Morte, onde está teu aguilhão? Inferno, onde está tua vitória? Porém graças sejam dadas a Deus que nos dá a vitória por Nosso Senhor Jesus Cristo”.

O canto pascal é a festa da libertação, onde o Ressuscitado e a Igreja dançam juntos (cf. Hipócrito). Um canto que não deve ser estranho e remoto aos ouvidos do homem, muito menos do homem secular (cf. R. Alves, Teologia da Esperança). Um canto que traz as preocupações do dia-a-dia, do mundo e da história, sendo sinal de esperança. É isso que a liturgia proporciona num cenário político: Esperança Cristã.

Mas o que é política? O que é liturgia? Qual sua relação com libertação? Quais os clamores políticos na sociedade? O culto pode proporcionar algum tipo de resposta?

Abração, cheio de esperanças

Wallison Rodrigues

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