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O home office veio para ficar?

Escrito por Eduardo Gois

05 ABR 2021 - 14H00 (Atualizada em 05 ABR 2021 - 14H31)

O ano de 2020 foi inesperado em muitos sentidos: na vida pessoal, no convívio em sociedade e no trabalho. A pandemia trouxe o home office como uma solução para continuar e, até mesmo, em alguns casos, como uma realidade definitiva.

Arquivo Pessoal
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Jaqueline encontrou no home office a melhor solução para trabalhar após a maternidade

Falando em solução, esta é uma boa palavra para definir a necessidade da produtora de conteúdo Jaqueline Dubas. "No meu caso, o home office foi minha salvação. Eu tive o meu bebê em março de 2020, uma semana antes de fechar tudo. Fiquei quatro meses de licença maternidade e quando chegou o momento de voltar à empresa, eu não tinha onde deixar meu bebê. E em um momento crítico como esse, eu também tive receio de deixar ele com outra pessoa que não fosse minha mãe. A modalidade foi essencial. Eu creio que pode ter chego para ficar, principalmente, para as mamães", conta.

Segundo o site Yahoo Finanças, empresas como por exemplo, a XP Investimentos estudam abrir uma sede no interior e oferecer trabalho remoto contínuo. Na mesma linha, o Twitter enviou um e-mail a todos os funcionários em maio de 2020, informando que uma série das operações funcionará apenas em regime de trabalho remoto.

Diante deste cenário, o A12 quis conferir a opinião de especialistas sobre este novo momento. Será que permanece em 2021? Confira!

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Para a especialista em liderança e gestão de altos executivos, Rosa Bernhoeft, foi uma forte surpresa para todos os trabalhadores que, de um dia para outro, se viram com a necessidade de fundir seus ambientes de trabalho com o ambiente familiar. “Tiveram que realizar muitas adaptações, tanto do ponto de vista físico, ao se ajustarem rapidamente em seus espaços, quanto do ponto de vista operacional, pois tiveram que disciplinar os processos de trabalhos e realizar uma gestão do tempo, ou seja, uma organização de agendas. Foi criada uma nova condução do trabalho, com muito mais foco e ênfase nos resultados e objetivos”, explica Rosa.

Leia Mais4 dicas para líderes manterem a equipe entrosada em home officeEla também diz que ao mesmo tempo, esses colaboradores e gestores precisaram administrar as questões emocionais que crescem devido à falta de perspectiva de como será o futuro.

Já o especialista em Recursos Humanos Cláudio Riccioppo acredita que, no início, trabalhadores e gestores estranharam a nova realidade, primeiramente porque as empresas não estavam totalmente preparadas para este novo formato de relação de trabalho e os profissionais também precisaram se adaptar para separar os momentos entre as atividades familiares e profissionais.

Ele ressalta que, para aqueles que têm filhos, a missão foi ainda mais difícil, pois com crianças em casa e aulas on-line, foi preciso muita responsabilidade dos colaboradores com os resultados esperados do seu trabalho, mas que, com o tempo, aos poucos as coisas foram se acertando.

Os benefícios, segundo especialistas e trabalhadores 

Esse novo modelo de trabalho, o home office, rapidamente revelou diversos benefícios.

- Atender mais de perto seus familiares, filhos e parceiros, com uma nova oportunidade de organizar seu tempo e integrar contatos, aumentando a qualidade das relações na família e no trabalho;

- Mais produtividade, pois a capacidade de concentração é aumentada e são menores as distrações e interrupções de colegas e telefonemas, tornando mais efetiva a entrega das atividades;

- Diminuição da ocorrência de atrasos por conta do deslocamento;

- Redução de custos para a empresa com eletricidade, limpeza, infraestrutura, água, internet, aluguel, passagem, etc.;

- Qualidade de vida e alimentos feitos em casa permitem um bem estar ao trabalhador que tende a ser mais feliz e produzir mais;

- Possibilidade da empresa buscar mão-de-obra qualificada em regiões mais distantes de sua região, e até em outras cidades ou estados.

E os Malefícios?

- Saturação, tanto pela exigência de performance, já que as pessoas estão trabalhando por muito mais tempo do que deveriam, como um desgaste das próprias relações familiares, já que conduzir os cuidados com filhos e casa, junto com o trabalho, pode ser tenso;

- Alto nível de tensão, ansiedade, angústia e cansaço, principalmente porque não sabe-se quando o modelo de home office será, verdadeiramente, estabelecido como um formato de trabalho e não apenas como algo transitório;

- A possibilidade de perda da privacidade pessoal, pois ter a família perto pode ser ruim em alguns momentos. Ser chamado a todo instante para assuntos familiares no meio do trabalho não é legal e muitos profissionais não possuem estrutura de apoio para poder ficarem 100% focados em suas atividades;

- Como o trabalho é no mesmo lugar que o profissional vive, há o perigo de misturar as coisas e estar com a cabeça sempre no serviço ou na casa. A organização para separar as coisas é algo muito complicado e, às vezes, tende a se misturar;

- Há uma tendência natural neste modelo de relação de trabalho ao isolamento social, principalmente para quem mora só. Não poder ter aquela conversa com os amigos do trabalho, a troca de ideias, falar como está a vida e dar boas risadas com as coisas do dia a dia fazem muita falta, podendo comprometer até o sentido de grupo da organização;

- A falta de atualização profissional em processos gerenciais pode também ser um fator muito negativo, não ter a troca de experiências que acontece somente no ambiente de trabalho com outras pessoas, como uma dica pontual ou uma ideia para algo em que você esteja travado pode ser algo relevante para o desenvolvimento do profissional.

O que pensam os profissionais?

Opção definitiva?

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Jaqueline encontrou no Home Office a melhor solução após a maternidade


Na avaliação de Rosa Bernhoeft, o home office veio para ficar. Alguns mitos foram desmentidos, sim, como o da ineficiência do home office. Na verdade, ele mostrou que podemos ser muito mais produtivos, mesmo trabalhando remotamente. Inclusive, alguns temas que, aparentemente, pareciam impossibilitados de ser tratados remotamente, começam a ser trabalhados no home office, como a realização de treinamentos e atendimentos para a medicina. Fomos descobrindo que, por uma imposição e necessidade, começamos a usar a via virtual com muito êxito”.

Ela cita outro mito de que aqueles que não tinham proximidade com a tecnologia demorariam muito tempo para aprender: “E o que foi comprovado é que as pessoas dedicadas começaram a dominar as ferramentas”, cita.

Claudio Riccioppo concorda que dar mais autonomia às pessoas é uma forma de demonstrar confiança e reconhecimento. “Os líderes precisarão fomentar ainda mais a ideia de que cada profissional é um dono do negócio que atua, confiando cada vez mais nos resultados entregáveis e não apenas em horas trabalhadas.

.:: O tema também foi assunto no Programa Santa Receita da TV Aparecida

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