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Por Redação A12 Em Opinião

"Nossa luta é por um Brasil de equidade, em todos os sentidos"

A data do assassinato de Zumbi dos Palmares foi transformada em 1978 no Dia Nacional da Consciência Negra pelo Movimento Negro Unificado. Um dos objetivos declarados, segundo historiadores, era opor o 20 de novembro ao 13 de maio, que marca a “falsa” abolição da escravatura pela princesa Isabel em 1888.

A Pastoral Afro-brasileira sugere para que celebremos todo o mês, embora tenhamos o Dia Nacional da Consciência Negra. Celebremos Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra contra a escravidão.

Zumbi dos Palmares

Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares. Criado pelo padre Antônio Melo, aos 15 anos fugiu para Palmares e adotou o nome Zumbi, que significa guerreiro. Logo ascendeu ao comando militar do quilombo, governado então por Ganga Zumba. Em 1678, renegou um acordo com as autoridades coloniais e provocou uma guerra civil no quilombo. Mandou envenenar Ganga Zumba e assumiu seu lugar. Durante 14 anos liderou a resistência contra os portugueses. Com a destruição de Palmares, em 1694, fugiu com outros sobreviventes e se escondeu na mata. Foi morto numa emboscada, após ser traído por companheiros. Seu corpo foi mutilado e a cabeça enviada para o Recife, onde foi exposta em praça pública.

Comandante do Quilombo de Palmares, após dezessete anos de combate em que se notabilizou como um dos maiores generais da história da Humanidade,  Zumbi morre em 20 de novembro de 1695, durante a expedição repressora do bandeirante Domingos Jorge Velho. A experiência palmarina durou cerca de 60 anos e foi a maior e mais longa contestação à ordem escravista em todo o mundo e em todos os tempos. Palmares abrigou cerca de 20 mil habitantes, negros, índios e brancos pobres.

O dia 20 de novembro surgiu porque o poeta, professor e militante do movimento negro, Oliveira Silveira, nascido em 1941, no interior do Rio Grande do Sul, pesquisou e sugeriu a data 20 de novembro como a mais significativa para a comunidade negra brasileira e como alternativa ao dia 13 de maio, data de comemorações oficiais da Abolição da Escravatura no Brasil.

A data de 20 de novembro começou a ser celebrada em Porto Alegre (RS), na década de 70, através do grupo Palmares. Inicialmente celebrada como Dia do Negro, a data tornou-se Dia Nacional da Consciência Negra, em 1978, por meio de iniciativa do Movimento Negro Unificado (MNU) Contra a Discriminação Racial.

O Dia Nacional da Consciência Negra adquire, a cada ano, uma importância cada vez maior. A sociedade brasileira mesmo diante de tantos atos de racismo em todos os setores pode avaliar também as conquistas contra o racismo e elencar suas futuras batalhas para livrar o País definitivamente desse mal. Sempre se deu muito valor no Brasil ao mito da democracia racial, de que seríamos um país onde esse problema não existe e todos poderiam conviver de maneira harmoniosa, o que não é verdade, infelizmente. Nas últimas décadas, essa situação está mudando tanto com ações políticas como teóricas.

O reconhecimento de que existe racismo no Brasil é um grande avanço em relação às décadas anteriores. A existência de um órgão dentro do Governo Federal como a Seppir, a realização da I Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, com o tema "Estado e Sociedade Promovendo a Igualdade Racial", são marcos importantes na caminhada.

 

Padre Jurandyr AzevedoPe. Jurandyr Azevedo Araujo, sdb
Presbítero Salesiano, Pedagogo, Psicólogo Clínico, Mestre em Educação, Assessor Nacional da Pastoral Afro-brasileira da CNBB, Membro do Secretariado de Pastoral Afroamericana do CELAM, Consultor do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso (Roma), Conselheiro no Conselho Ministerial da Promoção da Igualdade Racial.

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