A questão dos abusos por parte de membros da Igreja tem se tornado um assunto recorrente nos jornais de todo o mundo e, de certa forma, complexa para os bispos e para as Conferências Episcopais. Este assunto, também gera muitas polêmicas e críticas à Igreja, mas precisamos olhar todos os pontos, tanto das vítimas como, também dos religiosos envolvidos.
Quando digo que precisamos olhar todos os pontos, das vítimas e dos religiosos, quero tratar não apenas do auxílio que a Igreja deve dar às vítimas de abusos, mas ao mesmo tempo não pode deixar de lado o religioso(a) que está envolvido(a), pois não adianta tratar juridicamente sobre a questão, mas não oferecer ao acusado um tratamento digno para que possa sanar o problema do abuso.
A política que o Papa Francisco adotou sobre “tolerância zero” para a questão dos abusos dentro da Igreja é um passo significativo, pois começa-se a dar respostas à sociedade e, busca-se solucionar esta enfermidade da Igreja. Mas aqui coloco um questionamento.
Dentro desta política de “tolerância zero”, a Igreja com certeza deve dar todo o auxílio necessário para as vítimas, mas qual é o tratamento que ela oferece aos religiosos? Mesmo que o acusado seja canonicamente julgado e condenado, e da mesma forma na esfera civil, qual é o tratamento que a Igreja oferecerá para que esta pessoa não caia novamente neste mal?
Devemos ter em mente que o abusador, segundo pesquisadores, possui fatores como distúrbios psiquiátricos, questões culturais e sociais que levam o indivíduo a praticar o abuso (sexual ou moral).
Leia MaisLeia a Carta de Aparecida contra o abuso e a exploração sexual comercial infantil Papa sobre vítimas de abusos: “Igreja deve oferecer espaços seguros”Papa Francisco: “Não tenham vergonha de denunciar abusos”Não quero que se entenda este auxílio ao acusado como um “esconder o caso” ou “esquecer o que aconteceu”, mas é oferecer a ele uma oportunidade de acompanhamento psicológico e psiquiátrico, para que não venha ocorrer esta maldade que é o abuso (sexual, moral, etc.) novamente.
A Igreja não pode descartar a pessoa acusada e esquecê-la. Não podemos ser como os levitas que passaram diante da pessoa pelo caminho e se desviaram e não a acudiram. É preciso ser, até para com estas pessoas, um bom samaritano e estender a mão.
A questão é complexa e precisa ser debatida e encontrar formas de solucioná-la. Não basta dar assistência para as vítimas e esquecer-se de olhar o outro lado. Solucionar o sintoma e não ir na causa é deixar que a doença continue se espalhando.
Precisamos refletir como está sendo a formação, como está sendo o tratamento para com estas pessoas e, quando fatidicamente ocorre o abuso, como a Igreja está olhando para o acusado também.
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