Opinião

Sustentabilidade e a vida cristã

Escrito por Redação A12

01 DEZ 2021 - 15H36 (Atualizada em 01 DEZ 2021 - 15H46)

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A nossa vida é um dom. Não criei a mim mesmo, e meus fundamentos estão em Deus. O mundo, como sempre o fez e não cessará de fazê-lo, me prega uma mentira: a de que eu faço a mim mesmo, e que sou absolutamente autônomo e independente. Nesta mentira se escondem e se refugiam as ideologias modernas, como o racionalismo, o funcionalismo agnóstico, o imanentismo ateu. Nestas coordenadas não existe verdadeira sustentabilidade. Só existe a sobrevivência. Inexoravelmente tudo irá passar e a pseudo sustentabilidade moderna, e o que ela pensava sustentar, cairão por terra.

Leia MaisGerando uma cultura do agradecimentoÉ aí que o católico se destaca, se separa radicalmente, do mundo e de seus feitiços. A sustentabilidade, de qualquer coisa, é em primeiro lugar uma resposta sólida e verdadeira à pergunta: De onde eu venho? Ou seja, não sou uma ilha desligada, autônoma, absolutamente independente. Não devo a vida a mim mesmo. A explicação última de si, para o cristão de fé, se encontra em Deus. A explicação última sobre a vida e sobre todas as coisas. E não reconhecer isso, de modo vivo e verdadeiro, é já caminhar para a ruína. Eu venho de Deus, que me criou de modo completamente consciente e livre, e me quis, como sou, por amor.

Assim, o primeiro passo para uma autêntica, completa sustentabilidade, se encontra no modo como eu me relaciono com esta verdade, ou melhor, no modo como eu me relaciono e relaciono todas as coisas ao meu redor, com Deus. É o primeiro e fundamental pilar da sustentabilidade da vida humana.

Logo, o segundo pilar, é a resposta que dou à outra pergunta fundamental: quem sou? Enraizado em Deus, eu sou. Verdadeiramente sou. E não sou uma coisa disforme, líquida, volátil, incoerente. Eu sou pessoa. Sei que devo meu ser pessoal a Deus, e isso se transforma em uma responsabilidade. Ser autenticamente humano, aceitar-se e conhecer-se, reconciliar-se consigo mesmo, aceitar a própria vocação, aceitar dons e falhas, e viver comigo mesmo é o segundo passo da sustentabilidade da vida, para um cristão.

O terceiro pilar seria a resposta a outra pergunta fundamental: para que eu fui criado? E o católico cristão novamente se destaca, graças à incomparável riqueza, fonte da verdade, que é a Revelação Divina. Ela nos ensina que fomos criados para o amor, o mesmo amor divino partilhado aos homens. Fui criado pelo amor e para o amor. Viver para amar a Deus e amar os outros. Se não permaneço neste amor, se não desenvolvo minha vida neste amor divino, minha vida não se sustentará e inevitavelmente murchará em seus últimos suspiros.

De onde eu venho? Quem eu sou? Para que eu fui criado?

Perguntas fundamentais cujas respostas são os fundamentos da vida humana, únicos capazes de dar a base mais profunda de uma vida de verdadeira sustentabilidade. Todas as sustentabilidades da vida de uma pessoa e de uma comunidade estão ancoradas nestas respostas fundamentais.

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