O papa Bento XVI recebeu no último domingo (17) o reconhecimento de uma multidão de fiéis e peregrinos que vieram ver e ouvir a penúltima oração mariana do Angelus do Santo Padre antes de deixar o pontificado.
Muitas faixas e cartazes com dizeres de agradecimento e apoio ao papa foram levados pelos mais de 50 mil peregrinos que estavam na Praça São Pedro.
“Vida longa ao papa” é o que as pessoas gritaram ao papa durante a oração.
Bento XVI em suas palavras disse que a quaresma é o tempo propício para compreender o que é importante na vida da Igreja: a fé.
“Neste Ano da Fé a Quaresma é um tempo favorável para redescobrir a fé em Deus como critério-base da nossa vida e da vida da Igreja. Isso comporta sempre uma luta, um combate espiritual, porque o espírito do mal naturalmente se opõe à nossa santificação e busca fazer-nos desviar do caminho de Deus”.
Unidos a Cristo, os cristãos não devem temer combater o mal, refletiu Bento XVI.
Aprofundando o tempo da Quaresma, o Santo Padre, disse que com a celebração das Cinzas, iniciou-se o “tempo de conversão e penitência” que pretende redirecionar os cristãos para que “decididamente a Deus, renegando o orgulho e o egoísmo para viver no amor”.
Do Evangelho dominical, Bento XVI ressaltou que Jesus ao ser conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo, estava em um momento crucial de sua vida, quando iria “iniciar o seu ministério público”.
“Jesus teve que desmascarar e repelir as falsas imagens de Messias que o tentador lhe propunha. Mas essas tentações são também falsas imagens do homem, que em todos os tempos insidiam a consciência, travestindo-se de propostas convenientes e eficazes, até mesmo boas”.
O Sumo Pontífice destacou que os evangelistas Lucas e Mateus, apresentam o relato das tentações de formas diferentes, mas sem mudar a sua natureza.
“O núcleo central delas consiste sempre no instrumentalizar Deus em função dos próprios interesses, dando mais importância ao sucesso ou aos bens materiais. O tentador é astuto: não impele diretamente em direção ao mal, mas em direção a um falso bem, fazendo crer que as verdadeiras realidades são o poder e aquilo que satisfaz as necessidades primárias”.
Diante dessa realidade, o papa questiona os fiéis:
“Nos momentos decisivos da vida, mas, olhando bem, em todos os momentos, encontramo-nos diante de uma bifurcação: queremos seguir o eu ou Deus? O interesse individual ou o verdadeiro Bem, aquilo que realmente é bem?”
Ao sofrer as tentações, Jesus “desceu” à condição humana “ao abismo do pecado e das suas consequências”, refletiu o papa.
Jesus, foi até os “infernos do extremo distanciamento de Deus”, e ali, Bento XVI enfatiza que Jesus é “a mão que Deus estendeu ao homem, à ovelha perdida para reconduzi-la a salvo”.
E continuou:
“Portanto, também nós não temos medo de enfrentar o combate contra o espírito do mal: o importante é que o façamos com Ele, com Cristo, o Vencedor. E para estar com Ele dirigimo-nos à Mãe, Maria: invoquemos Nossa Senhora com confiança filial no momento da provação, e ela nos fará sentir a potente presença de seu Filho divino, para repelir as tentações com a Palavra de Cristo, e assim recolocar Deus no centro da nossa vida”.
Ao final de sua reflexão, como de costume, o Santo Padre, saudou os presentes em diversas línguas. A tônica de sua mensagem foi o agradecimento a todos que tem orado por ele e pela Igreja nos últimos dias.
Aos cidadãos romanos, Bento XVI disse:
“Obrigado por virem tão numerosos! Também isso é um sinal do afeto e da proximidade espiritual que vocês estão me manifestando nestes dias. Saúdo, em particular, a administração de Roma Capital, conduzida pelo prefeito, e com ele saúdo e agradeço a todos os habitantes dessa amada Cidade de Roma”.
Por fim, o Santo Padre concedeu, a todos, a sua Bênção apostólica.
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