O Papa Francisco embarcou no final desta manhã para a sua primeira viagem pontifícia ao continente asiático, onde visitará a Coreia do Sul, a visita tem como motivo principal a VI Jornada da Juventude Asiática. O Santo Padre levará consigo uma mensagem da esperança aos jovens asiáticos, mas também ao continente que vive a separação entre coreanos do Sul e do Norte. Para o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o Pontífice deseja abrir um caminho de diálogo entre as duas Coreias.
"Essa sempre foi a grande esperança da Santa Sé, que se empenhou também concretamente nesta direção. É uma constatação mais do que óbvia de que a península é ainda atingida por muitas tensões e de que a península precisa de paz e de reconciliação. Creio que a viagem do Papa ajudará também neste sentido, no sentido de continuar nessa obra de solidariedade – em prol das populações que se encontram necessitadas – e de favorecer, na medida do possível, aberturas de espaços de comunicação e de diálogo, porque creio, e é uma convicção que o Papa reiterou várias vezes, que somente através deste diálogo se podem também resolver os problemas que ainda existem, e que, se houver boa vontade por parte de todos, canais se encontram sempre", declarou o secretário.
Papa Francisco saúda os presentes antes de embarcar em Aeroporto Internazionale Leonardo Da Vinci, nesta quarta-feira (13)
O avião que conduz o Santo Padre embarcou às 11h14 do Aeroporto Fiumicino e deverá chegar à Base Aérea de Seul, às 22h30, no horário de Brasília. Em sua terceira viagem apostólica fora da Itália, Papa Francisco será o primeiro pontífice a sobrevoar a China.
A VI Jornada da Juventude Asiática, em Daejeon, distante 140 Km a sul da capital Seul, tem como tema: ‘Juventude asiática desperta! A glória dos mártires resplandece sobre ti!’, que está relacionado à beatificação dos primeiros 124 mártires coreanos.
Aos jovens Francisco deve incentivar a assumir com comprometimento a missão da Igreja. "Creio que a mensagem que o Papa levará a estes jovens é que eles devem se tornar protagonistas da vida da Igreja. Isso significa uma presença ativa, partícipe, feita de colaboração e de co-responsabilidade. A Igreja precisa dos jovens, nos recordava São João Paulo II, nos recorda o Papa Francisco. Portanto, ser protagonista dentro da Igreja e protagonista também na missão. Este é o chamado fundamental, os jovens devem se tornar evangelizadores de seus coetâneos. Portanto, estamos sempre na linha da evangelização, e essa é a mensagem que o Papa levará, além, naturalmente, da insistência a não deixar-se levar pelos valores efémeros de nossas sociedades e do nosso mundo, e de encontrar em Jesus a verdadeira resposta a suas interrogações e inquietações", adiantou Parolin.
Durante os seis dias de sua visita, o Papa Francisco encontrará autoridades do país, Bispos coreanos, Bispos do continente asiático, comunidades religiosas católicas, jovens e lideranças religiosas. Visitará ainda um centro de pessoas com deficiência e celebrará uma Missa pela paz e reconciliação na Catedral de Seul.
Os dois eventos mais importantes da visita acontecem no sábado (16) com a Santa Missa de Beatificação de Paul Yun Ji-Chung e 123 companheiros mártires na Porta de Gwanghwamun em Seul, e no domingo (17) com a Santa Missa conclusiva da 6ª Jornada da Juventude Asiática no Castelo de Haemi. A viagem encerra no início da tarde de segunda-feira (18). A última visita papal à Ásia foi a que realizou o Papa Wojtyla em 1999, à Índia. É a terceira vez que a Coreia do Sul recebe um Papa. João Paulo II visitou o país duas vezes: em 1986, para celebrar os 200 anos da Igreja Católica no país, regressando três anos depois, em 1989, por ocasião do 44º Congresso Eucarístico Internacional.
Os cristãos na Coreia do Sul
Ao chegar nesta quinta-feira à Coreia do Sul o Papa Francisco encontrará uma comunidade católica ativa, com uma influência social e política superior a sua condição de minoria.
No último censo nacional que inclui a pertença religiosa, feito em 2005, quase 30% dos sul-coreanos se identificaram como cristãos. A maior parte é de protestantes, mas os católicos são o grupo com mais rápido crescimento, com cerca de 5,4 milhões de membros, representando pouco mais de 10% da população.
No Parlamento nacional ocupam 20% das cadeiras. Dos seis presidentes eleitos no país após as primeiras eleições livres desde 1987, três eram cristãos, entre os quais Kim Dae-Jung, e a atual Park Geun-Hye, batizada católica, mas não praticante.
Segundo o especialista em questões religiosas da Universidade Nacional de Seul, Bae-Chul-Hyun, “a Igreja protestante, mesmo tendo o dobro de fiéis, sofreu divisões nos últimos anos entre suas várias denominações e, ao mesmo tempo, os escândalos que envolveram algumas de suas congregações mais ricas, a enfraqueceram ulteriormente. O catolicismo ainda tem uma imagem relativamente boa na Coreia e isso levou a adesões”.
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