Nesta quarta-feira (4), o Papa Francisco retomou sua catequese sobre os dons do Espírito Santo e falou sobre a piedade. "Hoje queremos nos concentrar em um dom do Espírito Santo que tantas vezes é mal entendido ou considerado de modo superficial, e em vez disso toca no coração a nossa identidade e a nossa vida cristã: trata-se do dom da piedade", introduziu.
Francisco esclareceu que este dom não está relacionado com "ter compaixão de alguém" ou "ter piedade do próximo", pelo contrário, indica a pertença do cristão a Deus, a sua "ligação profunda com Ele", frisou.
Essa "ligação" é o que faz com que a vida tenha sentido e o que ajuda cada pessoa a manter-se firme "mesmo nos momentos mais difíceis e conturbados", acrescentou o Papa.

Dessa forma, o Santo Padre enumerou dois pontos de sua reflexão.
Primeiro: O dom da piedade nasce da gratidão, não é um dever ou uma imposição, e surge no coração de um cristão que mantém uma relação de amizade com o Senhor. "Esta ligação com o Senhor não deve ser entendida como um dever ou uma imposição. É uma ligação que vem de dentro. Trata-se de uma relação vivida com coração: é a nossa amizade com Deus, dada a nós por Jesus, uma amizade que muda a nossa vida e nos enche de entusiasmo, de alegria. Por isso, o dom da piedade suscita em nós antes de tudo a gratidão e o louvor". Piedade então, é sinônimo de "autêntico espírito religioso" e "intimidade filial com Deus".
Segundo: Quem cresce na amizade com o Senhor quer viver cada vez mais seus ensinamentos e, por isso, encontra no outro um irmão, e não um estranho que deve ser ajudado momentaneamente. "Se o dom da piedade nos faz crescer na relação e na comunhão com Deus e nos leva a viver como seus filhos, ao mesmo tempo nos ajuda a dirigir este amor também para os outros e a reconhecê-los como irmãos. E então sim, seremos movidos por sentimentos de piedade".
O Papa alertou ainda que piedade não deve ser confundida com "pietismo". "Por que digo não de pietismo? Porque alguns pensam que ter piedade é fechar os olhos, fazer uma cara de imagem, fazer de conta que é um santo. Este não é o dom da piedade. O dom da piedade significa ser realmente capaz de alegrar-se com quem está na alegria, de chorar com que chora, de estar próximo a quem está sozinho ou angustiado, de corrigir quem está no erro, de consolar quem está aflito, de acolher e socorrer que está precisando".
Por fim, o Papa trouxe a passagem bíblica da Carta aos Romanos, onde o apóstolo Paulo diz: "Todos aqueles que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porquanto, não recebestes um espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba! Pai" (Rm 8,14-15), e rezou: "Peçamos ao Senhor que o dom do seu Espírito possa vencer o nosso temor, as nossas incertezas, também o nosso espírito inquieto, impaciente, e possa nos tornar testemunhas alegres de Deus e do seu amor, adorando o Senhor em verdade e também no serviço ao próximo com mansidão e com sorriso que sempre o Espírito Santo nos dá na alegria. Que o Espírito Santo dê a todos nós este dom da piedade", finalizou.
Entre os inúmeros fiéis e peregrinos, estavam presentes um grupo de Brasília (DF) e do Caminho Neocatecumenal de São Carlos e Jundiaí (SP), que foram saudados por Francisco:
"Queridos amigos vindos de Angola, do Brasil e outros países de língua portuguesa: sejam bem-vindos! Diante dos desafios e dificuldades da vida, peçamos ao Senhor o dom da piedade, para que possamos permanecer sempre firmes no testemunho alegre da nossa fé cristã. Que Deus vos abençoe!".
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