Por Redação A12 Em Santo Padre Atualizada em 19 DEZ 2018 - 08H49

Papa Francisco: a boa política está ao serviço da paz

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Em mensagem, Francisco recordou o "medo do outro" generalizado, os "fechamentos", "os nacionalismos" que marcam a política de hoje, colocando em discussão a fraternidade de que nosso mundo globalizado tanto necessita.


“A boa política está ao serviço da paz”. Este é o tema da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz 2019, divulgação nesta terça-feira (18).

São as palavras com as quais Jesus envia os apóstolos em missão, e a casa da qual fala é "toda família, comunidade, todo país, todo continente" e é também "a nossa casa comum", à qual Deus nos confia os cuidados.


O desafio da boa política

O coração da mensagem é a estreita relação entre a paz e a política, da qual Francisco descreve potencialidades e vícios nas perspectivas presente e futura, colocando ambas em um "desafio" diário, em um "grande projeto fundado na responsabilidade recíproca e na interdependência dos seres humanos".

Leia a mensagem na íntegra ::: Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz 2019

A paz, como uma ‘flor frágil, que tenta florescer no meio das pedras de violência’ - escreve o Papa, citando o poeta Charles Peguy – se choca com ‘abusos’ e ‘injustiças’, ‘marginalização e destruição’ que a política provoca, quando "não é vivida como um serviço à comunidade".


Caridade e virtude por uma política a serviço da paz e dos direitos

E se a ação do homem é sustentada e inspirada pela caridade, recorda Francisco, citando Caritas in Veritate, de Bento XVI - "contribui para a edificação daquela cidade universal de Deus para a qual avança a história da família humana".

É um programa em que os políticos de todas as afiliações podem encontrar-se, contanto que operem para o bem da família humana, praticando virtudes que “sujeitam-se ao bom agir político”: justiça, equidade, respeito, sinceridade, honestidade, lealdade.

O bom político é - conforme descrito pelas bem-aventuranças do cardeal vietnamita François Xavier Nguyễn Vãn Thuận, que o Papa retoma - quem tem a consciência de seu papel, quem é coerente, credível, capaz de ouvir, corajoso e comprometido com a unidade e a mudança radical. Disto, a certeza expressa na mensagem de que "a boa política está a serviço da paz".


Política, jovens e confiança no outro

Mas há também outro aspecto vicioso da política que o Papa destaca e que tem a ver com o futuro e os jovens. Quando o exercício do poder político - escreve ele - visa apenas "salvaguardar os interesses de certos indivíduos", o futuro "fica comprometido e os jovens podem ser tentados pela desconfiança, por ser verem condenados a permanecer à margem".

:: Conselhos do Papa Francisco sobre os 10 mandamentos

Quando, por outro lado, a política é concretamente traduzida em encorajar jovens talentos e vocações que requerem a sua realização, a paz propaga-se nas consciências e “torna-se uma confiança dinâmica".


Necessidade de artesãos da paz

Francisco recordou o "medo do outro" generalizado, os "fechamentos", "os nacionalismos" que marcam a política de hoje, colocando em discussão a fraternidade de que nosso mundo globalizado tanto necessita. Disto, a referência a "artesãos da paz" e autênticos "mensageiros" de Deus, que animam nossas sociedades.


A política da paz inspirada no Magnificat

O afresco que emerge da Mensagem do Papa conclui-se no último parágrafo, com ênfase na relação entre direitos e deveres, para reiterar que - como nos recorda o septuagésimo aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos - o "grande projeto político da paz" baseia-se na "responsabilidade recíproca e na interdependência dos seres humanos".

Isso nos desafia no compromisso diário e nos pede uma "conversão de coração e da alma". Para aqueles que querem se comprometer na "política da paz", o Papa sugere, por fim, o espírito do Magnificat que Maria canta em nome de todos os homens: A «misericórdia [do Todo-Poderoso] estende-se de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes (...), lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre» (Lc 1, 50-55).

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