O Santo Padre, o Papa Francisco, faz, entre 12 e 15 deste mês de setembro, a 34ª viagem internacional. Desta vez, o Pontífice percorre Hungria e Eslováquia, com a intenção de ser "uma viagem espiritual", começando com a adoração da Eucaristia e termina com a invocação orante a Nossa Senhora das Dores que, neste século, nunca deixou de zelar pelas terras eslavas feridas pelo totalitarismo.
Francisco passa primeiro em Budapeste, para celebrar o encerramento do Congresso Eucarístico Internacional. Depois, na Eslováquia, com uma etapa na capital, Bratislava, e em outras três cidades: Prešov, Košice e Šaštin.
A chegada do Papa em Budapeste
Durante o voo de Roma a Budapeste, na manhã deste domingo, ao saudar os jornalistas, o Papa Francisco afirmou que essa viagem em particular tinha um sabor de "despedida":
"Nos deixa o Mestre de Cerimônias, Dom Guido Marini, que se tornou bispo e depois nos deixa o 'ditador de plantão' Dom Dieudonné Datonou, que também foi nomeado bispo, e dá lugar na organização das viagens a Monsenhor George Jacob Koovakad (indiano), oficial da Secretaria de Estado, que está sempre sorrindo, será um 'ditador com sorriso'", brinca Francisco.
Martírio e repressão, mas também missão evangelizadora, como ensinam os apóstolos dos eslavos Cirilo e Metódio, e depois o diálogo ecumênico e inter-religioso. Estes são os principais temas da peregrinação. Esta é uma viagem de Francisco, anunciada desde o seu voo de regresso do Iraque, em 2021, confirmada no Angelus do dia 4 de julho e com o propósito principal de participar do 52º Congresso Eucarístico Internacional.
Promoção da família e defesa do meio-ambiente na pauta do encontro do Papa com autoridades húngaras
Um encontro realizado em um "ambiente cordial". Assim o definiu em um comunicado a Sala de Imprensa da Santa Sé, ao falar da primeira atividade do Santo Padre em Budapeste, quando o Pontífice foi recebido pelo presidente da República da Hungria, János Áder, o primeiro-ministro Viktor Orbán e o vice-primeiro-ministro Zsolt Semjén. O encontro "decorreu de acordo com o programa previsto, num ambiente cordial, e terminou às 9h25".
Ademais, informa a nota, estavam presentes o secretário de Estado, cardeal Parolin, e o secretário para as Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher. Entre os vários temas tratados, estiveram "o papel da Igreja no país, o esforço com a preservação do meio ambiente, a defesa e promoção da família.”
O encontro foi seguido pela troca de presentes. Francisco presenteou o presidente Áder com um mosaico representando a "Bênção papal na Praça de São Pedro", de uma pintura a óleo de Ippolito Caffi, executada em meados do século XIX e agora preservada no Museu de Roma. O primeiro-ministro Orbán, por sua vez, foi presenteado pelo Pontífice com um Tríptico, uma pintura em três partes.
O encontro privado foi realizado na Sala Românica do Museu das Belas Artes, localizado na Praça dos Heróis, no centro de Budapeste, logo após o Papa ter deixado o Aeroporto Internacional, distante pouco mais de 22 km.
A Statio Orbis no coração da Hungria
Por volta das 11h30 (Horário local), no papamóvel, o Papa Francisco atravessa a grande Praça dos Heróis, dominada pelo Museu e que representa o coração do país, com seus símbolos mais importantes: a estátua de Santo Estêvão, o primeiro rei cristão da Hungria unida, a Santa Coroa a ele entregue pelo Papa Silvestre para sancionar um vínculo muito estreito com a Santa Sé, e depois a dupla cruz do Cristianismo, junto com as estátuas que recordam os líderes das sete tribos fundadoras da Hungria.
Precisamente nesta praça, como já aconteceu em 1938, conclui-se o Congresso Eucarístico Internacional. Na época, estava o legado pontifício cardeal Eugenio Pacelli. Hoje será o Papa a celebrar a Missa com a conotação da Statio Orbis, "uma pausa de empenho e oração" em que as Igrejas particulares se unem em comunhão com o Papa em torno do mistério eucarístico, para aprofundar a fé. Portanto, uma celebração com valor universal.
Na cerimônia, Papa Francisco convidou os bispos a não se fecharem em uma "rígida defesa da nossa, assim chamada, identidade", mas de abrir-se ao encontro com o outro e cultivar juntos o sonho de uma sociedade fraterna. Convidou-os a sempre adotar o estilo de Deus, o da proximidade, da compaixão e da ternura. Exortou-os a não usar palavras que marquem distâncias e imponham julgamentos, mas que ajudem a olhar com confiança para o futuro.
Eco deve ser de esperança e de paz, disse o Papa aos cristãos e judeus húngaros
"Dos lábios dos homens de Deus, saiam apenas mensagens de abertura e de paz, não de divisão", disse o Papa. O segundo discurso do Papa Francisco em terras húngaras foi dirigido aos 50 representantes do Conselho Ecumênico das Igrejas e algumas comunidades judaicas, reunidos no Museu das Belas Artes de Budapeste: “Devemos empenhar-nos em promover juntos uma educação para a fraternidade, a fim de que não prevaleçam os surtos de ódio que a querem destruir (...). O eco das nossas vozes só pode ser o daquela Palavra que o Céu nos deu: eco de esperança e de paz."
Na manhã desta segunda-feira (13), o Papa Francisco fez uma visita de cortesia à presidente da República da Eslováquia e deixou uma mensagem escrita no Livro de Honra. Após a Cerimônia oficial de boas-vindas, no Palácio Presidencial em Bratislava, o Papa dirigiu-se ao Salão de Ouro do Palácio para o encontro privado com a presidente da República, Zuzana Čaputová. Ali, Francisco assinou o Livro de Honra onde deixou a seguinte mensagem:
“Peregrino em Bratislava, abraço com afeto o povo eslovaco e rezo por este país de raízes antigas e com rosto jovem, para que seja uma mensagem de fraternidade e de paz no coração da Europa”.
Após, no Salão Verde, seguiu-se a troca de presentes e a apresentação da família da mandatária eslovaca ao Pontífice. Ao final, dirigiram-se ao jardim do Palácio para o Encontro com as Autoridades, citando o nascimento da Eslováquia, 28 anos atrás.
Francisco disse:
"Embora jovens, os eslovacos cultivam duas expressões da hospitalidade eslava: o pão e o sal. O pão, escolhido por Deus para Se tornar presente entre nós, é essencial. A Escritura convida a não o acumular, mas a partilhá-lo. Que ninguém seja estigmatizado ou discriminado. O olhar cristão não vê nos mais frágeis um peso ou um problema, mas irmãos e irmãs que devem ser acompanhados e defendidos. Mas não bastam estruturas organizadas e eficientes; é preciso sabor, o sabor da solidariedade. E como o sal só dá sabor dissolvendo-se, também a sociedade readquire sabor através da generosidade gratuita de quem se gasta pelos outros. É bom que os jovens, em particular, sejam motivados para isto.”
Francisco lamentou o sentimento de cansaço e frustração que acomete muito jovens na Europa, iludidos por um espírito consumista, que torna cinzenta a sua existência. “O ingrediente que falta é cuidar dos outros: sentir-se responsável por alguém dá sabor à vida. Até algumas décadas atrás, nestas terras, um pensamento único impedia a liberdade; hoje, outro pensamento único esvazia-a de sentido, reduzindo o progresso ao lucro e os direitos a meras carências individualistas”.
Entretanto, Francisco considera a pandemia a "provação do nosso tempo", que nos ensinou que somos todos frágeis e necessitados dos outros.
Fonte: Vatican News
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