Por Ir. Viveiros, C.Ss.R. Em Notícias Atualizada em 19 AGO 2020 - 17H55

51ª Semana Vocacional: Eis-me aqui, envia-me!

Há mais de meio século, os Missionários Redentoristas, através dos meios de comunicação, refletem sobre sobre vocação e convidam o povo brasileiro a colocar-se à escuta do chamado de Deus. Neste ano de 2020, a equipe de coordenação da 51ª Semana Vocacional nos propõe como tema geral: “Há muitas vozes ressoando. Qual voz quero ouvir?" 

O tema nos apresenta uma constatação e um questionamento. Somos convidados a parar, calar e, em meio a tantas vozes ressoando em nós e ao nosso redor, fazer um profundo discernimento para escolher com clareza e convicção a voz que dá sentido à nossa vida e preenche o nosso coração. 




Quem procura fazer da vida um grande dom, deixa-se tocar pelas pessoas e suas realidades. O Evangelho de São Mateus (Mt 9, 35-38) registra uma das experiências marcantes na vida de Jesus.

Percorrendo muitos lugares, ensinando, pregando, curando todo tipo de doenças e enfermidades, Jesus encontra-se com uma multidão dispersa, abatida e abandonada. Ali, a voz da solidariedade bateu forte em seu coração. Diante dessa triste realidade, o Mestre teve compaixão e convocou a comunidade para a escuta solidária: “a Messe é grande e os operários são poucos”. Todos foram convocados a agir. Primeiro, os discípulos que também perceberam a mesma realidade de abandono. Em tom de ordem, Jesus determina aos seus seguidores de ontem e de hoje: “Peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita.”  

O pedido de Jesus é mais que sugestão, é uma ordem. Se tivermos um olhar atento e sentimentos de compaixão em nosso coração, como teve Jesus, vamos perceber que a realidade em que vivemos não mudou muito.

Ainda nos dias atuais, há muita gente sem esperança, cheias de coisas, mas vazias de amor, de esperança, de sentido para a própria vida.

Cresce entre nós a pobreza, a violência, a corrupção, a busca de poderes, os vícios, a desestruturação das famílias, a indiferença com as coisas de Deus e o abandono dos valores que geram fraternidade. A realidade dolorosa que encheu o coração de Jesus de compaixão, continua presente entre nós.

Por isso, pedir mais trabalhadores para a Messe continua sendo um imperativo, uma ordem de Jesus a todos e em todos os tempos. 




Vivemos cercados por tantos barulhos internos e externos, provocados de muitas maneiras. Somos questionados a todo momento frente ao que temos e somos. A vida é trocada por coisas; ninguém tem segurança de nada. Divisões na sociedade, na família, na Igreja. Neste mundão de trevas e luz, temos muitas oportunidades e possibilidades de fazer pequenas e grandes escolhas. 

Muitas vozes ressoam em nossos ouvidos e em nosso coração e, diante delas, não podemos ficar indiferentes. Preciso me perguntar:

Qual voz quero ouvir? Quais são os meus sonhos? Quais sãos os meus ideais de vida? Qual a missão que o Senhor reserva para mim?

Em síntese: qual é a minha verdadeira vocação? Independentemente se é fácil ou difícil, preciso me questionar: o que realmente me realiza como pessoa, como cidadão ou cidadã?

O livro do Deuteronômio (Dt 30,15-18) nos apresenta uma questão muito séria. Assim diz o texto: “Hoje eu estou colocando diante de você a vida e a felicidade, a morte e a desgraça.” Se você obedecer aos mandamentos de Javé seu Deus, você viverá e se multiplicará. Se o seu coração se desviar e você não obedecer, é certo que perecerá.”

Ao criar o ser humano, Deus o enriquece em dons. Talvez o maior de todos os dons seja o da liberdade. Poder fazer escolhas verdadeiras que dão sentido à própria vida é muito importante. Somente agindo com liberdade, a pessoa consegue crescer e se desenvolver, revelando ao mundo o que realmente é. Deus, sendo plenamente livre, criou o ser humano à sua imagem e semelhança, dando-lhe liberdade de opção.

Ouvir e discernir qual voz queremos seguir é importante, mas é fundamental que tenhamos atitudes corajosas e posturas que façam a diferença.

A bíblia apresenta muitas experiências que nos enriquecem. Em Mateus 19,16-22, encontramos um fato que nos faz pensar. Um jovem bom, cheio de boas intenções, qualidades, apresentou-se a Jesus com o desejo de viver uma vida santa, mais perfeita, mas quando Jesus apresenta as exigências para segui-lo de verdade, faltou-lhe a coragem de tomar aquela decisão que faz a diferença. Não foi capaz de vender os bens e distribuir o dinheiro aos pobres e por isso, o jovem foi embora triste porque era muito rico. Faltou-lhe atitude corajosa.

Há muitas vozes ressoando. Qual voz quero ouvir?

Ao nosso redor e dentro de nós, há muitas vozes nos convidando e nos propondo caminhos diferentes. Podemos optar por algo que nos traz satisfações passageiras, por aquilo que não exige nenhum sacrifício ou, quem sabe, podemos escolher algo desafiador, exigente, que vai nos custar, mas que traz sentido para a nossa vida. As vozes do mundo, confrontadas por Jesus no deserto, continuam ressoando em nossos ouvidos e em nossos corações: voz do poder, do prazer, do possuir. Jesus sabia muito bem qual voz Ele queria ouvir e, por isso, não se deixou vencer. 

A 51ª Semana Vocacional pela Rede Aparecida de Comunicação nos convida a ficarmos atentos para percebermos as muitas vozes que ressoam em nós e ao nosso redor. Não podemos nos distrair e correr o risco de ouvir e acolher aquela voz que não preenche o nosso coração e não dá sentido à nossa vida.

Com a mente e o coração atentos, precisamos nos perguntar: qual voz quero ouvir? Jesus não teve medo de desafiar seus discípulos ao dizer-lhes: Se alguém deseja seguir-me, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e me siga” (Mt 16,24). Jesus nos dá a liberdade de dizer sim ou dizer não ao seu convite. Todos são chamados para segui-lo, colocando-se a serviço do Reino. 

Inspirados em Maria

Olhemos para Maria. Ela dialogou com o Anjo Gabriel, questionou, apresentou suas dificuldades, teve medo, buscou compreender a proposta, os desafios, fez o seu discernimento e respondeu com coragem: “Eis-me aqui”!

Olhemos para os Profetas, para os Apóstolos. Eles também se perguntaram: “qual voz quero ouvir? Depois de compreenderem o Projeto do Pai, não tiveram medo de dizer: “Eis-me aqui! Envia-me!”.

Para refletir:

1. Quais os barulhos, internos e externos, que me dificultam ouvir a voz de Deus?

2. Por que é importante fazer um bom discernimento sobre o chamado de Deus em minha vida?

3. Se Deus criou todas as pessoas para serem felizes, por que há muita gente infeliz?


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